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Compra de imóvel pela Caixa pode ser ampliada, diz Jader Filho

O programa Minha Casa Minha Vida avança por todas as regiões do Brasil. Desta vez, os beneficiados são moradores de cidades com menos de 50 mil habitantes. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
O programa Minha Casa Minha Vida avança por todas as regiões do Brasil. Desta vez, os beneficiados são moradores de cidades com menos de 50 mil habitantes. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O Governo Federal poderá estender para todo o país a inclusão de imóveis usados adquiridos pela Caixa no programa Minha Casa, Minha Vida. No Rio Grande do Sul, afetado pelas cheias e chuvas, o banco mapeou e cadastrou pouco mais de 3 mil imóveis novos que serão comprados e repassados para a população tão logo os beneficiários sejam devidamente identificados, informou ao jornal Valor o ministro das Cidades, Jader Filho. A aquisição de moradias usadas está no radar para atender às vítimas das inundações.

“É um número significativo. E este número vai aumentar porque no último sábado [8] abrimos o site para o cadastramento dos imóveis usados. Então, imobiliárias e particulares vão poder também apresentar os seus imóveis”, afirmou ao Valor Jader Filho.

Segundo o titular do Ministério das Cidades, para viabilizar a operação, o valor máximo de cada unidade teve que ser ampliado de R$ 170 mil para R$ 200 mil. “Não quer dizer que vai pagar R$ 200 mil para todo mundo. Na verdade, a Caixa vai fazer uma avaliação para saber se aquele imóvel, de fato, vale”, completou. Jader ressaltou que a efetivação da compra e o repasse das unidades depende da demanda, que aos poucos está sendo apresentada pelos prefeitos das cidades afetadas.

As aquisições da Caixa poderão ocorrer em todo o Rio Grande do Sul, inclusive em regiões onde a água não causou estragos. Isso acontece porque o governo já identificou que muitas pessoas que perderam casas manifestaram o desejo de mudar. “Esse fenômeno aconteceu, por exemplo, em Nova Orleans [atingida em 2005 pelo furacão Katrina], onde uma parte significativa dos habitantes se mudou de cidade. Saiu de lá porque, enfim, não queria mais vivenciar aquilo”, declarou.

O ministério das Cidades aguarda a liberação de um crédito extraordinário de R$ 2,1 bilhões para viabilizar a construção de 12 mil moradias, sendo 10 mil urbanas e 2 mil, rurais. Além dos imóveis que serão construídos e os que serão comprados pela Caixa, o aluguel social é outra alternativa em análise para atender o déficit habitacional agravado pela tragédia, cujo tamanho ainda é incerto.

MINHA CASA, MINHA VIDA
Jader Filho fez um balanço do Minha Casa, Minha Vida. Na entrevista ao Valor, ele informou que em 18 meses de governo já foi atingida 50% da meta de contratação do programa, de 2 milhões de moradias em quatro anos. Considerando apenas as contratações via FGTS, no acumulado do ano até 31 de maio, foram 252 mil moradias, sendo 240 mil no MCMV. “Chegamos à metade da meta. Então, isso mostra a força que nós temos em relação à questão do financiamento e isso gerando emprego, gerando renda, realizando o sonho da casa própria”, contou.

Em relação a promessa de Lula de criar a “faixa 4” para o Minha Casa, Minha Vida – para que o programa contemple famílias com renda de até R$ 12 mil -, Jader Filho disse que atualmente a classe média vem sendo atendida pelo Programa Especial de Crédito Habitacional ao Cotista (Pró-Cotista), linha de financiamento que oferece juros reduzidos para trabalhadores titulares de contas vinculadas do FGTS que atende famílias com renda acima de R$ 8 mil e que contratou 12 mil moradias nos cinco primeiros meses deste ano.

Mesmo num cenário de escassez de recursos e cobranças para que o governo reduza gastos, o ministro não acredita em contingenciamento no PAC. “Eu não ouvi até hoje nenhuma fala, nem do ministro Fernando Haddad [Fazenda], nem do ministro Rui [Costa da Casa Civil], nem do presidente Lula, nada relacionado a isso [contingenciamento]. Pelo contrário, [dizem] para tocar”.

Com informações do Valor