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Virose causa febre, dores abdominais e diarreia: veja como se prevenir

Virose causa febre, dores abdominais e diarreia: veja como se prevenir
Já ouviu falar em gastroenterite? A virose gastrointestinal, ou gastroenterite viral, é uma inflamação do trato gastrointestinal provocada por um vírus. Essa doença é comum e pode afetar pessoas de todas as idades e condições de saúde. Nas últimas semanas, muitos casos de crianças e adultos com sintomas dessa virose têm lotado os atendimentos de urgência médica na Capital e Região Metropolitana de Belém. 
Em uma entrevista ao Diário do Pará, a médica infectologista Andrea Beltrão esclareceu vários aspectos importantes das doenças virais gastrointestinais, desde os sintomas até o tratamento da doença. 
É comum no início as pessoas confundirem a virose com uma intoxicação alimentar devido os principais sintomas serem semelhantes, como dor abdominal, diarreia, náuseas e aquele mal-estar que não passa por nada. Esses são sintomas clássicos tanto de uma infecção intestinal quanto de uma virose gastrointestinal. 
Os sintomas são parecidos, mas as causas são distintas. Segundo a doutora Andrea Beltrão, “os principais sintomas são febre, diarreia, dor abdominal, cefaleia e vômitos”. Esses sintomas, comuns em casos de virose gastrointestinal, podem causar grande desconforto e preocupação, especialmente em grupos vulneráveis como crianças e idosos.
A infectologista Andrea Beltrão forneceu informações detalhadas sobre esses surtos, abordando desde os sintomas até as medidas preventivas necessárias para controlar a disseminação da doença.
FOTO: divulgação
Nas últimas semanas, notamos um aumento de casos, muitas pessoas estão passando por essa virose e conhecem certamente alguém com os sintomas acima. Perguntamos para a doutora se tem haver com o período e embora não exista um período sazonal específico para o aumento dos casos, a doutora Beltrão observou que “o período quente favorece as pessoas a saírem de casa para se divertir e consumir uma quantidade maior de líquidos fora de casa”. Isso pode contribuir para o aumento dos casos durante certas épocas do ano.
A infectologista explicou que “a transmissão é respiratória através de gotículas de pessoas doentes, ou pelo consumo de alimentos contaminados com essas gotículas contendo o vírus”. Isso significa que a doença pode se espalhar rapidamente em ambientes onde as medidas de higiene são inadequadas, como em locais com aglomerações ou onde os alimentos são manipulados sem os devidos cuidados.
Quais os principais grupos de riscos?
Os grupos mais suscetíveis à infecção incluem “estudantes, pessoas que utilizam ônibus acima da capacidade, frequentadores de shows lotados, e aqueles que consomem alimentos com higiene duvidosa”, afirmou a doutora Beltrão. Esses grupos devem estar particularmente atentos às práticas de prevenção.
Qual o período de incubação e duração dos sintomas?
“O período de incubação é curto, podendo os sintomas aparecerem em menos de 24 horas, diminuindo de intensidade em 3 dias e não ultrapassando 5 dias”, destacou a infectologista. Esse rápido desenvolvimento dos sintomas torna crucial a identificação precoce e o tratamento imediato para evitar complicações.
Complicações Graves
“As complicações graves ocorrem principalmente em crianças, pois a desidratação ocorre de forma mais rápida, podendo levar ao choque hipovolêmico e ao mal funcionamento de diversos órgãos”, alertou a doutora Beltrão. Portanto, a atenção médica imediata é essencial para evitar consequências severas.

 

Lavar as mãos é um dos gestos mais simples para evitar a contaminação
Diante dessas informações importante, medidas preventivas podem ser tomadas para evitar a propagação da virose, a doutora Beltrão recomenda “manter máscara e/ou distanciamento de 1 metro entre pessoas, higienizar as mãos sempre que possível ou usar álcool gel, evitar o consumo de alimentos fora de casa ou de lugares suspeitos, e consumir alimentos bem lavados e bem cozidos”. Essas práticas de higiene são essenciais para proteger tanto os indivíduos quanto a comunidade.
Sem falar que é preciso consultar um médico especialista para diagnóstico e tratamento da doença de forma adequada.
“O diagnóstico é clínico, podendo ser confirmado após o isolamento viral, sendo os mais frequentes rotavírus, adenovírus e norovírus”, explicou a especialista. Em termos de tratamento, ela afirmou que “o único tratamento é a reposição de líquidos e eletrólitos perdidos. Se o paciente estiver desidratado, necessitará de reposição endovenosa”. A hidratação é fundamental para a recuperação dos pacientes, prevenindo complicações graves.
Após essa visão detalhada sobre as doenças virais gastrointestinais, fica a   importância da prevenção e do tratamento adequado. Entre os desafios enfrentados no controle e prevenção da virose, a infectologista destacou “a transmissão muito rápida, as aglomerações e a não higienização das mãos de forma adequada”. A conscientização sobre a importância da higiene pessoal e o distanciamento social são cruciais para combater a doença.
Em tempos de surto, a conscientização e a adoção de práticas de higiene rigorosas são fundamentais para controlar a disseminação da doença e proteger a saúde pública.