Notícias

Laudo preliminar aponta edema cerebral em morte de Djidja Cardoso

O consumo dessa substância, também conhecida como ketamina ou quetamina, estaria sendo feito pela artista, pela mãe e pelo irmão em rituais relacionados à espiritualidade.
O consumo dessa substância, também conhecida como ketamina ou quetamina, estaria sendo feito pela artista, pela mãe e pelo irmão em rituais relacionados à espiritualidade.

JOÃO PEDRO PITOMBO

SALVADOR, BA (FOLHAPRESS) – Um laudo preliminar do IML (Instituto Médico-Legal) do Amazonas aponta que Djidja Cardoso, empresária que atuou entre 2016 e 2020 como a personagem sinhazinha do Boi Garantido no Festival Folclórico de Parintins, tinha um edema cerebral ao ser encontrada morta em casa na última terça-feira (28).

O documento ao qual a Folha teve acesso aponta que Djidja tinha “depressão dos centros cardiorrespiratórios centrais bulbares, congestão e edema cerebral de causa indeterminada”. A condição foi identificada pelos médicos que constataram a morte da empresária.

As motivações da morte ainda estão sendo analisadas pelo IML do Amazonas, que ainda não divulgou os resultados do exame de necropsia.
A Polícia Civil do Amazonas suspeita que a morte de Djidja Cardoso tenha sido provocada por uma overdose de cetamina. Mas a confirmação do uso da droga e sua possível ação na morte da empresária ainda está sob análise.

O uso abusivo da substância está no centro da investigação que resultou na prisão de familiares de Djidja Cardoso. Ao todo, foram presas quatro pessoas suspeitas de participarem de uma seita religiosa que seria responsável por distribuir e incentivar o uso ilegal da droga.

Entre os presos estão Cleusimar Cardoso Rodrigues, 53, e Ademar Farias Cardoso Neto, 29, que são respectivamente mãe e o irmão de Djidja Cardoso.
Responsável pela defesa dos dois, o advogado Vilson Benayon afirmou que vai pedir que mãe e filho passem por exame toxicológico e perícia médica para avaliar a saúde mental.

A investigação da família começou há cerca de 40 dias e apura a existência de uma seita associada a suspeitas de casos de estupro e cárcere privado. Os líderes do grupo, diz a polícia, persuadiam seguidores a acreditar que, ao usarem compulsivamente a cetamina, poderiam alcançar um plano superior.

Durante a operação policial realizada na tarde desta quinta (30), foram apreendidas centenas de seringas, produtos para acesso venoso, agulhas e cetamina. Também foram realizadas buscas em uma clínica veterinária suspeita de fornecer o fármaco de forma ilegal.

Djidja atuou entre 2016 e 2020 como a personagem sinhazinha do Boi Garantido no Festival de Parintins. A apresentação é inspirada em um auto que fala da morte e da ressurreição de um boi que pertence a um fazendeiro rico.