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Marcos Kauê, o torcedor que carrega o Paysandu no sobrenome

Marcos Kauê Paysandu Ferro Farias nasceu em 2003, numa época gloriosa para o Papão, e tem muito orgulho de ter sido registrado com o nome do time de coração Marcos e sua mãe, Ana Cristina, na comemoração do tetra da Copa Verde Foto: Wagner Almeida / Doário do Pará.
Marcos Kauê Paysandu Ferro Farias nasceu em 2003, numa época gloriosa para o Papão, e tem muito orgulho de ter sido registrado com o nome do time de coração Marcos e sua mãe, Ana Cristina, na comemoração do tetra da Copa Verde Foto: Wagner Almeida / Doário do Pará.

Nildo Lima

Existem torcedores que afirmam ter paixão por este ou aquele clube até a morte. Outros asseguram torcer por alguma equipe até debaixo d’água. E há, também, quem carregue no próprio nome o clube do coração. É raro, mas existe. É o caso do estudante Marcos Kauê Paysandu Ferro Farias, prestes a fazer 21 anos, nascido, claro, numa família de devotados torcedores do Papão. Por conta do sobrenome inusitado, o torcedor já chegou até a receber homenagem do atual campeão paraense. Longe de ser um incômodo, levar o sobrenome Paysandu, segundo contou Marcos Kauê, o enche de “muito orgulho”.

O torcedor explica que a ideia de registrar o filho com o sobrenome Paysandu surgiu da cabeça do pai, Glaydson Araújo Farias, de 45 anos, um apaixonado torcedor bicolor. “Era um sonho de meu pai”, revela Marcos Kauê, que tem dois irmãos, Petherson Farias, de 22 anos, e Enzo Emanuel, de 18 anos, que não possuem o sobrenome Paysandu. “Inicialmente ele pensou em registrar o primeiro filho com o nome do clube, mas aí, por alguma razão, acabou desistindo da ideia, que mais tarde foi retomada”, detalha Marcos Kauê.

Como em 2003, quando do nascimento de seu segundo filho, o Paysandu estava em grande fase, disputando a Série A do Brasileiro e a Libertadores, seu Glaydson Araújo achou que se tratava do momento propício para realizar o antigo sonho. “Sempre digo que nasci numa época de ouro do Paysandu e por esse motivo o meu sobrenome é Paysandu”, afirma o torcedor. A mãe do jovem estudante de arquitetura e urbanismo, dona Ana Cristina Ferro Cabral, de 48 anos, em princípio, achou a ideia descabida, mas, como apaixonada torcedora do Papão, mais tarde, acabou concordando.

“Ela nunca tinha visto ou ouvido falar em algo assim”, salienta Marcos Kauê. “Depois, acabou achando a ideia interessante e, por isso, aprovando”, conta o torcedor, que na convivência com os familiares, só em raros momentos é chamado de Paysandu. “Normalmente aqui em casa a minha mãe e os meus irmãos me chamam de Marcos ou Kauê”, informa. “Poucas vezes eles me chamam de Paysandu. Quando o fazem, principalmente a minha mãe, é sempre em tom de brincadeira, bem humorados”, ressalta.

Na convivência de Marcos Kauê com os amigos, principalmente na universidade, o sobrenome Paysandu provoca diferentes reações, mas, o torcedor informa que jamais sofreu algum tipo de bullying. “As pessoas fazem vários tipos de brincadeiras, mas sempre numa boa. Nada pesado ou agressivo”, conta Marcos Kauê, figurinha carimbada nos jogos do Papão. “Sempre que posso vou aos jogos prestigiar meu time” garante o apaixonado torcedor bicolor.

Marcos Kauê Paysandu ao lado do ex-atacante Vandick

E MAIS…

  • Levar o nome do clube do coração no registro de nascimento, como é o caso de Marcos Kauê Paysandu Ferro Farias, causa estranheza a muitas pessoas, bem como situações inusitadas, conforme revela o torcedor bicolor. “Já aconteceram várias vezes de eu ter de assinar documento com meu nome completo e as pessoas imaginarem que estou fazendo alguma brincadeira ao colocar o sobrenome Paysandu”, conta. “Até mesmo nas minhas redes sociais, nas quais assino como Marcos Paysandu, as pessoas acham que só estou homenageando o clube que torço e tenho de explicar que o Paysandu faz parte do meu nome”, revela.
  • Marcos Kauê diz ser uma coisa bastante corriqueira a estranheza das pessoas ao seu sobrenome sempre que precisa assinar alguma lista de presença, principalmente em se tratando de encontros universitários. “As pessoas normalmente chegam e dizem ‘pô cara, não pode colocar o nome do teu time’ e aí preciso explicar sempre que não se trata de nenhuma brincadeira”, ratifica o torcedor do Papão. Em alguns momentos, em jogos do Paysandu, conta Marcos Kauê, ele se sente homenageado por muitas pessoas.
  • “Já aconteceram diversas vezes de os torcedores gritarem ‘Paysandu, eu vim aqui só para te ver’ e os colegas começam a brincar apontando pra mim e dizendo que eu posso ser visto por todos. É uma coisa legal e engraçada”, diz Marcos Kauê, que, em 2013, quando o Paysandu completava 99 anos de fundação, foi homenageado pela gestão do então presidente Vandick Lima. “Estive lá na sede social do clube, quando o Vandick me chamou e contou a minha história, o que me deixou bastante honrado e orgulhoso”, recorda o torcedor do Papão, que afirma sonhar em um dia prestar algum tipo de serviço ao clube.