STÉFANIE RIGAMONTI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A taxa de desemprego caiu a 7,5% no trimestre encerrado em abril, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados nesta quarta-feira (29). Nos três meses imediatamente anteriores, o indicador marcou 7,9%.
O resultado não surpreendeu o mercado, que esperava uma taxa de desemprego de 7,7%, conforme a mediana das estimativas de analistas consultados pela Bloomberg.
Segundo o IBGE, o número de desempregados atingiu 8,2 milhões de fevereiro a abril. No primeiro trimestre deste ano, os desocupados somaram 8,6 milhões.
Os números fazem parte da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), que levanta dados tanto de empregos com carteira assinada quanto de pessoas prestadoras de serviços com CNPJ e os trabalhos informais, conhecidos como bicos.
A população considerada desempregada na estatística oficial reúne pessoas de 14 anos ou mais que estão sem ocupação e que seguem à procura de oportunidades. Quem não está buscando vagas, mesmo sem ter emprego, não faz parte desse contingente.
A pequena queda na taxa de desemprego era esperada porque o início do ano costuma ser marcado pelo aumento de pessoas desocupadas. A busca por emprego tende a ser impulsionada por fatores como o término de vagas temporárias de final de ano.
A taxa atual marca um período de retomada do mercado de trabalho no Brasil, que se mostra pujante mesmo com a taxa básica de juros, a Selic, elevada. Durante a crise da pandemia, o desemprego atingiu recorde, alcançando o patamar de 14,9%.
Agora, o mercado de trabalho aquecido acende um alerta para o Banco Central com relação ao processo de desinflação, o que pode impactar na política de juros da autarquia. O BC olha de perto a inflação de serviços intensivos em mão de obra.