Pará

Golpe milionário: ex-cartorário Diego Kós Miranda é preso em operação no Pará

Diego Kós Miranda foi preso na operação
Diego Kós Miranda foi preso na operação

O Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com apoio do Grupo de Atuação Especial de Inteligência e Segurança Institucional (GSI), do Ministério Público do Estado do Pará, em auxílio à 2ª Promotoria de Justiça de Controle Externo da Atividade Policial de Belém, cumpriu, nesta terça-feira, 28, dois mandados de prisão temporária e nove mandados de busca e apreensão pessoal e domiciliar e bloqueio de contas decretados pelo Juízo da Vara de Inquéritos de Belém.

O DIÁRIO apurou que um dos presos na operação é o advogado e ex-cartorário Diego Kós Miranda. Ele passou a noite preso na Central de Triagem da Marambaia e hoje será ouvido em audiência de custódia.

Os alvos são diversos agentes particulares que atuam aplicando estelionatos milionários contra instituições financeiras.

As apurações do Ministério Público do Estado iniciaram a partir da materialização do controle externo da atividade policial, quando a 2ª Promotoria de Controle Externo da Atividade Policial de Belém, ao analisar detidamente os autos recebidos da Polícia, entendeu que havia necessidade de aprofundar as investigações.

Embora haja evidências de que grupo criminoso tenha aplicado golpes em diversas entidades financeiras, alcançando mais de 30 milhões de reais só em Belém, diante da multiplicidade de agentes e condutas criminosas e da complexidade dos fatos em apuração, os Promotores de Justiça delimitaram expressamente o objeto da investigação: a obtenção de vantagem ilícita por parte da empresa constituída pelos investigados em prejuízo de duas instituições financeiras.

Segundo o MP, esse prejuízo alcançou R$ 11 milhões e uma das instituições bancárias apresentou representação formal contra os investigados perante o Juízo da Vara de inquéritos de Belém.

O suposto esquema funcionaria da seguinte forma: os acusados constituíam uma empresa para atuar no mercado da construção civil, depois apresentavam aos bancos certidões vintenárias falsas e com esse documento conseguem empréstimos milionários.

Os bancos só se deram conta de que caíram no golpe quando as parcelas começaram a vencer e não eram saldadas. Ao tentar executar a garantia, descobriam que o imóvel jamais pertenceu à empresa beneficiada com o financiamento.

Para facilitar o engano, os envolvidos usavam do engodo de alugar escritório luxuoso em prédio comercial caro. Os gerentes bancários os visitam e se impressionam com a “riqueza” da empresa. Diante disso, facilitaram a liberação do valor do financiamento sem adotar maiores cuidados.

A Caixa Econômica Federal não caiu no golpe porque pediu informações do imóvel apresentado pelo grupo criminoso diretamente ao Cartório de Registro de Imóveis do 2ª Ofício de Belém, tendo obtido a resposta de que a certidão era falsa. A prudência do banco acabou evidenciando a atuação da quadrilha, chamando a atenção para o golpe, e acabou chegando ao conhecimento das autoridades.