Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, com a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
Na noite da última quarta-feira (7) um homem de 49 anos, revoltado com o fim do relacionamento, armado invadiu uma festa em Curitiba (PR) e assassinou a ex-companheira.
Francislaine Camargo Santos, de 33 anos, foi assassinada com um estilete. O suspeito foi identificado pelo nome de Anivaldo Galdino do Santos. De acordo com a Polícia Militar, ele ainda se cortou, na tentativa de tirar a própria vida.
O crime ocorreu enquanto acontecia o famoso “bailão de Santa Quitéria”. Segundo a mãe da vítima, Joana Soares de Camargo, o acusado queria que a ex-mulher fosse embora com ele do local, mas ela se recusou.
“Ela estava dançando com uma senhora e ele saiu, voltou e pegou ela por trás e passou o estilete nela e depois passou no pescoço dele. Eu fui correndo tentar socorrê-la, mas ela dizia que não ia morrer. Chamei meu marido para pedir socorro. Quando voltei, ela já estava morta. Agora eu fiquei sem minha filha, a minha companheira”.
A vítima chegou a ser atendida por uma equipe do Corpo de Bombeiros, mas não resistiu aos ferimentos e morreu dentro do salão de festas da comunidade. O homem sobreviveu, foi socorrido e está internado em estado grave no Hospital do Trabalhador em Curitiba (PR).
Segundo a Polícia Civil, Francislaine já vinha recebendo ameaças do ex-companheiro, mas duvidou que ele fosse fazer algo contra ela. Em uma das mensagens que o acusado enviou a vítima ele dizia: “Vou acabar com a minha vida e com a sua”.
“Eu não imaginava nunca que ele iria fazer isso com a minha filha, que ele ia ter coragem. Ele a ameaçou várias vezes, a gente viu no celular dela”.
Comportamento violento
A vítima conheceu o acusado em 2019, mas há três meses pediu a separação por conta das atitudes violentas do autônomo.
Testemunhas próximas ao casal afirmaram que sempre quando o homem bebia, ele tinha comportamento agressivo, ofendendo e agredindo a vítima.
A mulher estava em busca de um emprego, dedicava boa parte do tempo à filha adolescente – fruto de um outro relacionamento também conturbado – que agora vai ficar aos cuidados dos avós. A família espera que Anivaldo se recupere e responda pelo crime que cometeu. “Ele acabou com duas famílias”, finalizou Joana.
A família do acusado não quis falar sobre o assunto.
Em caso de violência, denuncie
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.
Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.
Você também pode denunciar diretamente no aplicativo de Direitos Humanos Brasil disponível na página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Atenção , vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.