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A volta da Seresta do Carmo

Sambista Dona Socorro Jardim será atração da edição de retomada da Seresta do Carmo, na sexta-feira, 24
Sambista Dona Socorro Jardim será atração da edição de retomada da Seresta do Carmo, na sexta-feira, 24

Aline Rodrigues e Lais Azevedo

Palestra sobre os “Caminhos de Educação Patrimonial”, com o historiador Michel Pinho, às 18h, no Teatro Popular Nazareno Tourinho; apresentações musicais do grupo Charme do Choro, às 20h; e de Dona Socorro Jardim, às 21h, na Praça do Carmo, hoje, 24, marcam a volta da Seresta do Carmo, após 20 anos.

“A Seresta tem um papel fundamental na história do lazer de Belém, fazendo com que a discussão sobre patrimônio histórico e a vivência no centro da cidade se faça através da música, das artes de uma forma geral”, comentou Michel Pinho, conhecido por resgatar a memória patrimonial, cultural e afetiva da cidade.

E a Seresta do Carmo certamente está entre as memórias que trazem afeto por Belém. Iniciada entre os anos de 1983 e 1985, com a participação de trovadores, poetas, músicos, entre outros artistas, ela levava famílias inteiras para a Praça do Carmo. A nostalgia rendeu uma volta do projeto entre 1997 e 2004, formando uma nova geração de apaixonados pela movimentação entre igrejas centenárias e bares animados.

Os encontros ao ar livre eram especialmente atrativos pela música, atraindo tanto a vizinhança quanto um público que atravessava a cidade para dançar na seresta. Para ajudar a retomar esse clima, a programação traz o Charme do Choro, formado pelas instrumentistas Jade Guilhon, Dulci Cunha, Camila Alves, Carla Cabral e Cinara Morais.

A expectativa é também aproximar o público – ou lhe resgatar na memória – a boa e velha música popular brasileira e paraense. “O Charme do Choro recebe com muita gratidão esse convite da retomada da seresta, porque é um evento de extrema importância que vai possibilitar mais um espaço cultural de fomentação da arte, da música e da cultura paraense”, considera Jade Guilhon.

O grupo também aproveita para apresentar seu repertório autoral. “A gente sempre tocou muito chorões paraenses e agora segue para um novo passo da nossa carreira, quando começa a estabelecer nossa composição autoral como prioridade. E a gente fica muito feliz de levar isso ao público nesse evento tão importante”, contou Jade, parte de uma nova geração a vivenciar a seresta, que já recebeu grandes chorões como Adamor do Bandolim e Nego Nelson.

Outra marca da Seresta é criar um ambiente acolhedor para que pessoas de todas as idades acompanhem suas famílias. Uma boa representante deste público também subirá ao palco. Dona Socorro Jardim, mãe e avó dos músicos Márcio Jardim e Wesley Jardim, é quem encerra a noite, cantando e mostrando muito samba no pé. Em 2023, a cantora lançou o seu álbum de estreia “Samba Afro-Amazônico”.

A previsão é que sejam realizadas, além desta, mais duas edições da Seresta do Carmo ainda este ano, em setembro e novembro. “Para a realização da Seresta, a praça passará por uma lavagem geral, realizada pela Sesan, para que se mantenha limpa e conservada ao público, aos comerciantes e à população que ali vive”, acrescentou a presidente da Fundação Cultural de Belém (Fumbel), Inês Silveira. A Guarda Municipal também dará suporte ao evento.