Seu bolso

Ingredientes das comidas juninas tiveram aumento de até 13%

Diego Monteiro

Os ingredientes utilizados na preparação de pratos tradicionais das festas juninas estão, em média, 13% mais caros neste ano, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos no Pará (Dieese/PA). O levantamento, realizado entre os dias 16 e 20 de maio nas principais redes de supermercados de Belém, compara os valores com o mesmo período de 2023.

Neste estudo, o Dieese/PA analisou 50 itens. Entre eles, o açúcar apresentou o maior aumento, com 13,24% em um ano. Logo após, destacam-se o leite de coco de 500 ml (+9,44%), o leite condensado de 395 g (+6,89%), o coco ralado de 100 g (+6,49%), a canela em pó (+5,04%), o amendoim de 200 g (+2,74%), o azeite de dendê de 200 ml (+1,75%) e o fubá de arroz de 400 g (+1,16%).

Por outro lado, alguns produtos mostraram redução nos valores. O milho branco para pipoca de 500 g, por exemplo, diminuiu 14,22% nos estabelecimentos analisadas. Ainda nessa lista, o pacote de 500 g de milho branco para mingau registrou uma queda de 12,84%, e a caixa de canjiquinha de 200 g teve uma redução de 4,32%.

O Departamento considera que, devido aos significativos aumentos registrados nos preços ao longo dos últimos 12 meses, o custo final das comidas típicas da Quadra Junina de 2024 pode ser diretamente impactado. Em comparação com o mesmo período do ano anterior, outros itens, como goma e farinha de tapioca, camarão, maniva e jambu, também estão consideravelmente mais caros.

RECLAMAÇÕES

Esses aumentos chegaram ao cardápio da barraca de Mariana Silva, 40 anos, localizada no bairro de Nazaré, ao lado da Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré. A vendedora revela que, devido às constantes altas dos últimos meses, principalmente dos insumos para a produção da maniçoba, precisou reajustar os preços há um mês, o que foi percebido pelos clientes e gerou reclamações.

“Mesmo assim, todos entenderam o motivo”, declara Mariana. “Precisamos comprar os ingredientes todos os dias, pois nossa produção é diária. Então, percebemos essa flutuação, que quase sempre é para mais e poucas vezes para menos. Até tentamos segurar os preços; fazemos de tudo para não penalizar os clientes e manter as vendas, mas, como ocorreu recentemente, nem sempre dá”, disse.

Rosiane dos Reis, 47, também sentiu o encarecimento dos produtos. “Graças a Deus, as comidas típicas do nosso Pará fazem sucesso e sempre têm demanda, tanto dos nativos quanto dos turistas. Mas o desafio do mercado e da economia sempre nos faz pensar em estratégias para continuar trabalhando, e uma delas é, sem dúvida, pesquisar onde comprar mais barato”, conclui a vendedora.

Rosiane (acima) e Mariana (abaixo) vendem comidas típicas e sentiram o aumento dos preços FOTOs: wagner almeida