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Pará tem 82 municípios com riscos de desastres ambientais

Pará tem 82 municípios com riscos de desastres ambientais Pará tem 82 municípios com riscos de desastres ambientais Pará tem 82 municípios com riscos de desastres ambientais Pará tem 82 municípios com riscos de desastres ambientais

Com a intensificação das mudanças climáticas provocadas pela ação humana no meio ambiente, têm aumentado os desastres ambientais e climáticos em todo o mundo, a exemplo do que ocorre no Rio Grande do Sul. No Brasil, o governo federal mapeou 1.942 municípios suscetíveis a desastres associados com deslizamentos de terras, alagamentos, enxurradas e inundações, o que representa quase 35% do total dos municípios brasileiros.

“O aumento na frequência e na intensidade dos eventos extremos de chuvas vêm criando um cenário desafiador para todos os países, em especial para aqueles em desenvolvimento e de grande extensão territorial, como o Brasil”, diz o estudo do governo federal.

As áreas dentro dessas 1,9 mil cidades consideradas em risco concentram mais de 8,9 milhões de brasileiros, o que representa 6% da população nacional. O levantamento publicado em abril deste ano refez a metodologia até então adotada, adicionando mais critérios e novas bases de dados, o que ampliou em 136% o número dos municípios considerados suscetíveis a desastres. Em 2012, o governo havia mapeado 821 cidades em risco desse tipo.

Com os novos dados, sistematizados até 2022, os estados com a maior proporção da população em áreas de risco são Bahia (17,3%), Espírito Santo (13,8%), Pernambuco (11,6%), Minas Gerais (10,6%) e Acre (9,7%). Já as unidades da federação com a população mais protegida contra desastres são Distrito Federal (0,1%); Goiás (0,2%), Mato Grosso (0,3%) e Paraná (1%).

No Pará, 82 cidades foram listadas e, segundo o estudo, 154.387 pessoas vivem em áreas mapeadas ao risco geo-hidrológico. Marabá (22.578 moradores), Altamira (13.129) e Ananindeua (10.978) são os municípios com maior quantidade de pessoas morando em condições suscetíveis a inundações, enxurradas e alagamentos.

O estudo foi coordenado pela Secretaria Especial de Articulação e Monitoramento, ligada à Casa Civil da Presidência da República. O levantamento foi solicitado pelo governo em razão das obras previstas para o Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que prevê investimentos em infraestrutura em todo o país.

As populações pobres são as mais prováveis de sofrerem com os desastres ambientais no Brasil, de acordo com a nota técnica do estudo. “A urbanização rápida e muitas vezes desordenada, assim como a segregação sócio-territorial, têm levado as populações mais carentes a ocuparem locais inadequados, sujeitos a inundações, deslizamentos de terra e outras ameaças correlatas. Essas áreas são habitadas, de forma geral, por comunidades de baixa renda e que têm poucos recursos para se adaptarem ou se recuperarem dos impactos desses eventos, tornando-as mais vulneráveis a tais processos”, aponta o documento.

O levantamento ainda identificou os desastres ambientais no Brasil entre 1991 e 2022, quando foram registrados 23.611 eventos, 3.890 óbitos e 8,2 milhões de desalojados ou desabrigados decorrentes de inundações, enxurradas e deslizamentos de terra.

RECOMENDAÇÕES

A nota técnica do estudo faz uma série de recomendações ao Poder Público para minimizar os danos dos desastres futuros, como a ampliação do monitoramento e sistemas de alertas para risco relativos a inundações, a atualização anual desses dados e a divulgação dessas informações para todas as instituições e órgãos que podem lidar com o tema.

“É fundamental promover ações governamentais coordenadas voltadas à gestão de riscos e prevenção de desastres”, diz o estudo, acrescentando que o Novo PAC pode ser uma oportunidade para melhorar a gestão de riscos e desastres no Brasil.

“[A nota técnica deve] subsidiar as listas dos municípios elegíveis para as seleções do Novo PAC em prevenção de risco: contenção de encostas, macrodrenagem, barragens de regularização de vazões e controle de cheias, e intervenções em cursos d’água”. (Com Agência Brasil)

VEJA A LISTA DAS CIDADES DO PARÁ MAPEADAS

CIDADES – RISCOS

Abaetetuba – Deslizamento, Enxurrada e Inundação
Acará – Enxurrada e Inundação
Água Azul do Norte – Enxurrada e Inundação
Alenquer – Deslizamento, Enxurrada e Inundação
Almeirim – Deslizamento, Enxurrada e Inundação
Altamira – Deslizamento, Enxurrada e Inundação
Ananindeua – Deslizamento, Enxurrada e Inundação
Anapu – Deslizamento, Enxurrada e Inundação
Aveiro – Deslizamento, Enxurrada e Inundação
Baião – Deslizamento, Enxurrada e Inundação
Barcarena – Deslizamento, Enxurrada e Inundação
Belém – Deslizamento, Enxurrada e Inundação
Belterra – Deslizamento, Enxurrada e Inundação
Bom Jesus do Tocantins – Enxurrada e Inundação
Bragança – Deslizamento, Enxurrada e Inundação
Brasil Novo – Enxurrada
Brejo Grande do Araguaia – Enxurrada Inundação
Breves – Enxurrada Inundação
Cachoeira do Arari – Enxurrada Inundação
Cachoeira do Piriá – Inundação
Capitão Poço – Enxurrada
Castanhal – Enxurrada e Inundação
Chaves – Enxurrada e Inundação
Curuá – Deslizamento, Enxurrada e Inundação
Dom Eliseu – Enxurrada e Inundação
Eldorado do Carajás – Enxurrada e Inundação
Gurupá – Enxurrada e Inundação
Ipixuna do Pará – Enxurrada
Irituia – Deslizamento, Enxurrada e Inundação
Itaituba – Deslizamento, Enxurrada e Inundação
Itupiranga – Enxurrada e Inundação
Jacareacanga – Enxurrada e Inundação
Jacundá – Enxurrada e Inundação
Juruti – Deslizamento, Enxurrada Inundação
Marabá – Deslizamento, Enxurrada e Inundação
Marituba – Enxurrada e Inundação
Medicilândia – Enxurrada e Inundação
Mocajuba – Enxurrada e Inundação
Mojuí dos Campos – Enxurrada
Monte Alegre – Deslizamento, Enxurrada e Inundação
Nova Esperança do Piriá – Deslizamento, Enxurrada e Inundação
Nova Ipixuna – Enxurrada e Inundação
Novo Progresso – Enxurrada e Inundação
Novo Repartimento – Deslizamento, Enxurrada e Inundação
Óbidos – Deslizamento, Enxurrada Inundação
Oriximiná – Deslizamento, Enxurrada e Inundação
Pacajá – Deslizamento, Enxurrada e Inundação
Palestina do Pará – Enxurrada e Inundação
Paragominas – Deslizamento, Enxurrada e Inundação
Parauapebas – Deslizamento, Enxurrada e Inundação
Placas – Enxurrada e Inundação
Ponta de Pedras – Deslizamento e Inundação
Porto de Moz – Enxurrada e Inundação
Prainha – Enxurrada e Inundação
Redenção – Deslizamento, Enxurrada e Inundação
Rio Maria – Enxurrada e Inundação
Rondon do Pará – Deslizamento, Enxurrada e Inundação
Rurópolis – Deslizamento, Enxurrada e Inundação
Salinópolis – Inundação
Salvaterra – Enxurrada e Inundação
Santa Cruz do Arari – Inundação
Santa Maria das Barreiras – Enxurrada e Inundação
Santana do Araguaia – Enxurrada e Inundação
Santarém – Deslizamento, Enxurrada e Inundação
Santo Antônio do Tauá – Enxurrada e Inundação
São Domingos do Capim – Inundação
São Félix do Xingu – Enxurrada e Inundação
São Geraldo do Araguaia – Enxurrada e Inundação
São João de Pirabas – Deslizamento, Enxurrada e Inundação
São João do Araguaia – Enxurrada e Inundação
São Miguel do Guamá – Deslizamento, Enxurrada e Inundação
Senador José Porfírio – Enxurrada e Inundação
Soure – Inundação
Terra Santa – Enxurrada e Inundação
Tomé-Açu – Inundação
Trairão – Deslizamento, Enxurrada e Inundação
Tucumã – Deslizamento, Enxurrada e Inundação
Tucuruí – Deslizamento Enxurrada e Inundação
Uruará – Enxurrada e Inundação
Vigia – Inundação
Viseu – Inundação
Vitória do Xingu – Deslizamento, Enxurrada e Inundação

De acordo com o levantamento, Marabá é a cidade com maior quantidade de pessoas em condições de risco
FOTO: Paulo Cezar/Agência Pará/Arquivo