A coluna esteve no fim de semana anterior em Brasília (DF), na contramão do resto do Brasil, que preferiu viajar para o Rio de Janeiro (RJ), para assistir o show da Madonna. Mas, não pense que isso foi motivo para ficar na “bad” por ter perdido a ‘The Celebration Tour’. Na capital federal, junto com cerca de 15 mil pessoas, o estacionamento da Arena Mané Garrincha ferveu durante dois dias com o Festival Micarê.
Foi a quarta edição do evento que se propõe a reviver o antigo carnaval fora de época do DF, a Micarecandanga, que marcou época nos anos 1990 e 2000. Nos tempos atuais, a folia é realizada em formato indoor, com toda a segurança e conforto para curtir a música baiana como se fosse fevereiro.
A Micarê, como é carinhosamente chamada, é um exemplo do ‘revival’ desses carnavais que têm voltado para alegria dos ‘micareteiros’, fãs de trio elétrico e axé music, como este colunista. E que volta! Enquanto em Fortaleza (CE), o Fortal divide opiniões por promover uma mistura de ritmos com o declínio do axé e ascensão do ‘agronejo’ e funk; em Brasília prevalece o ritmo baiano em formato integral, uma verdadeira ousadia para quem precisa vender abadás e lucrar com o evento. E não é que tem dado certo!?
O Festival Micarê simplesmente lotou o estacionamento do Maré Garrincha em um fim de semana em que só se falava no show da Madonna. O público já não é mais tão jovem como o do auge do movimento, mas agora adulto e com poder aquisitivo para sair por aí viajando atrás do caminhão. Ainda bem que as passagens aéreas estavam bem mais em conta que pro Rio de Janeiro…
Nas portas dos hotéis, nos dois dias, o que mais se via era gente de abadá, pronta para reviver a folia de Momo, com direito a customização da vestimenta e aquela produção de glitter e colorido que predomina em fevereiro.
No line up Tuca Fernandes, Durval Lelys, Bell Marques, Xanddy Harmonia, Timbalada, Rafa & Pipo e Tomate. Turma que fez valer o investimento com ingresso, hotel, viagem etc. Sorte a nossa poder curtir nossos ídolos bem de pertinho e sem precisar chegar de manhã para colar no palco.
O Festival Micarê se consolida como uma forte prévia do Fortal e com um charme único: o cenário da bela arena ao fundo, decoração de primeira, no circuito e no camarote, e muita animação. O único “porém” é o preço dos itens do cardápio, tudo no “padrão Brasília”, uma cidade conhecida por oferecer um turismo caro. Lata de cerveja por R$ 18 e dose de vodka por R$ 20 (tão caro que o barman, discretamente, colocou duas doses no copo do colunista). Ainda bem que no gramado em frente ao estacionamento uma verdadeira praça de alimentação é armada e faz a alegria do público no “esquenta” com preços até 50% mais baratos. No balanço final, foi nota 10! Que venha o próximo Festival Micarê!
Fale com o colunista: [email protected] / @luizoctav