FOLHAPRESS e DIÁRIO DO PARÁ
O Brasil já tem 2.451 mortes confirmadas por dengue em 2024 e um total de 4.603.825 casos prováveis de dengue, conforme relatório atualizado pelo Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde nesta sexta-feira (10). Em relação aos casos confirmados, já são 2.842.204.
O estado com o maior número de casos prováveis é Minas Gerais, contabilizando 1.339.508 registros, e a unidade federativa com mais óbitos, é São Paulo, com 668 mortes. Nos últimos 24 anos, esses números representam os mais elevados já registrados pelo Ministério da Saúde.
O Pará registrou seis óbitos até agora no ano, dois deles em Belém. As outras mortes foram confirmadas em Altamira, Monte Alegre, Novo Progresso e Marabá. Há ainda 16.043 casos prováveis da doença sob investigação.
De acordo com especialistas ouvidos pela Folha, os números de dengue podem aumentar nas próximas semanas no Rio Grande do Sul devido às enchentes que atingem o estado há quase duas semanas. A situação já contabiliza 141.213 casos prováveis e 128 mortes na região.
O quadro de dengue pode se intensificar após a água acumulada nas ruas das cidades baixar e se concentrar em determinadas áreas. O mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus, deposita seus ovos em água parada, que eclodem em condições de alta temperatura.
Entretanto, o infectologista consultado, Paulo Behar, destaca que, no momento, a preocupação com o possível aumento de casos de dengue é secundária. Ele sugere que a combinação entre as inundações e o clima ameno previsto para os próximos dias pode retardar a proliferação do mosquito.
Apesar dos números altos, os casos de dengue estão em queda em 21 estados e no Distrito Federal, de acordo com dados da pasta da Saúde.
A secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, vê uma redução significativa nos casos, ressaltando que 22 estados apresentam tendência de queda. Quatro estados -Ceará, Maranhão, Pará e Tocantins- mantêm estabilidade, enquanto apenas o Mato Grosso segue com tendência de alta.
DENGUE E AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
A Pasta da Saúde também expressou preocupação com as projeções matemáticas do próximo ciclo de dengue. Pois, espera-se uma antecipação nos casos em 2025, atribuída ao aumento da temperatura e às ondas de calor.
Frente a essa situação, o Ministério da Saúde se planeja para promover novas conversações com os estados, municípios e demais autoridades de saúde, visando reforçar a mobilização e as medidas preventivas para o próximo ano.
Apesar de não haver certeza absoluta quanto à previsão, a secretária enfatiza a necessidade de o país estar pronto para um possível ciclo de dengue antecipado.