Contação de história, gastronomia e shows musicais tomam conta da praça da Vila da Barca nesta sexta-feira, 10, a partir das 17h, com o projeto Vila da Barca Cultural, idealizado pelo multi-instrumentista Pawer Martins. Com entrada franca e recursos de acessibilidade, os shows ainda serão transmitidos pelo YouTube.
“O propósito é que artistas e o público de fora da Vila tenham contato com artistas e a comunidade da própria Vila. Essa troca é superimportante porque gera outras vivências, novos horizontes e oportunidades”, diz Pawer.
O projeto surgiu um ano antes da pandemia, levando o Bando Mastodonte, Jeff Moraes, Banda Senta Peia, Carimbó Mururé e outros artistas para se apresentarem de forma gratuita na praça da Vila da Barca. “Foi um sucesso! A comunidade aproveitou o momento e ao mesmo tempo vários moradores pediram que acontecesse mais vezes esse momento cultural, mas veio a pandemia e o projeto parou”, lamenta Pawer.
Agora, contemplado no Edital de Música da Lei Paulo Gustavo, por meio da Secretaria de Cultura do Pará, a retomada incluiu uma oficina de percussão organizada por sua produtora, a Pestudio. Wilson Monteiro, professor de percussão e bateria da Escola de Música do Sesc Pará há 26 anos, foi o facilitador dessa vivência musical realizada na última semana de abril para crianças e adolescentes.
Wilson Monteiro conta que trabalhou durante a oficina os ritmos amazônicos e seus instrumentos específicos, como curimbó, maracás, pauzinho e caixa de rufo, nos ritmos do carimbó, lundu, retumbão e samba de cacete. “O resultado foi ótimo, consegui que as crianças tivessem um aprendizado em relação aos ritmos”. No encerramento, eles receberam a visita do Bando Mastodonte.
Para o baixista do Bando, Rodolfo Mendonça, a experiência foi ótima. “Foi um momento muito divertido! Rolou até solinho de percussão de quem se sentiu à vontade para batucar. Esse show, hoje, promete muito! Vamos tocar algumas músicas antigas, mas também vamos levar repertório novo, com novas composições, novas propostas”.
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Para Pawer Martins foi essencial a presença do Mastodonte. “O Bando fez um tour pela Vila da Barca e conheceu melhor a comunidade, e só nisso já cria um vínculo. Esse é meu objetivo, ter essa união e trazer um público de fora para conhecer a Vila. Lógico que também fazer a economia girar dentro da comunidade, que é importante”.
PROGRAMAÇÃO
As atrações desta sexta-feira começam às 17h, com discotecagem de Carlos Henrique, da Vila da Barca. Depois, às 17h30, tem a história “A Iara”, contação com a atriz Adriana Cruz; e às 18h30 tem apresentação do grupo Carimbó D’Aqui, da Vila da Barca, com apresentação dos alunos da oficina de percussão.
“A programação tem artistas da Vila e artistas independentes do cenário de Belém, como Jeff Moraes [às 21h30] e o Bando Mastodonte [às 22h30]. Vamos ter também Carimbó Mururé [às 20h25], e o Grupo Parafolclórico Frutos do Pará [às 19h20], que tem mais de 40 integrantes e é do Telégrafo, conhecido como bairro dos artistas e é onde a Vila da Barca está localizada”, destaca Pawer.
Ainda tem discotecagem, às 19h, com DJ Pica Pau, da Vila da Barca, e apresentação do Nós, Os Pernaltas – Dois Palhaços, às 21h. “Quem não conhece a Vila da Barca, esse é o momento perfeito. É só procurar a praça da Vila, que fica na passagem Praiana, próximo ao Solamar. Vamos ter uma equipe de apoio e logística no espaço para receber os visitantes desde da parada de ônibus da Pedro Álvares Cabral com a travessa Magno de Araújo”, orienta Pawer.
“Não romantizo a Vila da Barca para ninguém. Sou cria do Curro Velho, que me ensinou e me deu oportunidades, por isso acredito muito no potencial de transformação social da arte. Tenho certeza e confirmo que oficinas e outros tipos de políticas públicas geram oportunidades e transformação social. Então, esse ciclo nunca pode parar e as novas gerações precisam desse ciclo e continuidade dessas políticas”, finalizou ele.
