Pará

Seminário na Ufra vai debater combate à seca nas florestas

O Programa de Ensino de Línguas (Proeli) da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) está com inscrições abertas para o curso de Língua Inglesa.
Nos dias 14 e 15 de maio, a Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) sediará o Seminário Regional de Atualização do Programa de Ação Brasileira de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAB). FOTO: WAGNER SANTANA

Irlaine Nóbrega

Nos dias 14 e 15 de maio, a Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) sediará o Seminário Regional de Atualização do Programa de Ação Brasileira de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAB). O evento é uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente (MMA) para construção de um plano de ação nacional para reduzir os impactos das estiagens.

No evento estarão autoridades de todos os sete estados que compõem a região Norte, entre eles representantes dos governos estaduais, institutos de pesquisa, professores e pesquisadores, ONGs, representantes de comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas, agricultores e atores da sociedade civil organizada. A reunião tem o intuito de elaborar propostas de adaptação dos efeitos da seca e reduzir os efeitos da savanização.

“Nós mapeamos os atores de toda a região Norte, do Pará até o Acre, para levantar as particularidades de cada estado e estabelecer ações para lidar com os efeitos da seca que vão acontecer com frequência cada vez maior na nossa região. É uma medida para que a gente não chegue a uma situação de crise como temos visto no estado do Rio Grande do Sul nesse momento”, diz a professora e coordenadora do evento regional, Vânia Neu.

Diferente da desertificação, quando a presença de vegetação é quase inexistente, a savanização se trata da degradação da plantação nativa, acarretando na perda da capacidade de regeneração do solo, baixa umidade da floresta e a diminuição da incidência de chuvas. É um processo de seca próprio da região da Amazônia Legal que ocorre devido ao desmatamento.

“O papel da floresta é transpirar. Cada árvore joga mil litros de água para a atmosfera que volta em forma de chuva. Aqui nós temos uma floresta tropical úmida que está ficando mais seca, principalmente com o desmatamento. Se eu corto a floresta, vou ter menos água na atmosfera e consequentemente menos chuva. Ao invés de ter essa grande floresta, vou começar a ter plantas menores com características de vegetação de savana, não tão densa como as da floresta amazônica”, explica a pesquisadora.

Em conjunto com o Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA) e pesquisadores do Acre, a organização do evento regional está preparando um relatório diagnóstico com o mapeamento da atual situação da Amazônia e a demarcação das áreas com maior índice do processo de savanização da região. Uma vez estabelecidas as causas e efeitos, as propostas de intervenção serão apresentadas em um seminário nacional. Por fim, as medidas nacionais devem ser levadas à COP-29, realizada este ano, no Azerbaijão.