Neste domingo, dia 12 de maio, será comemorado no Pará e em todo o Brasil o Dia das Mães. A data, para além das merecidas homenagens a todas as mães, também revela um quadro preocupante, pois para uma quantidade expressiva destas mulheres, seja por questões conjunturais e/ou estruturais têm exercido sozinhas a dupla função de mãe e pai na luta pela sobrevivência e criação dos filhos.
Os dados analisados pelo Dieese/PA revelam um cenário expressivo de mulheres que exercem a dupla função de mãe e pai, tanto no Estado do Pará como em todo o Brasil.
Este Estudo também foi produzido a partir do Observatório do Trabalho do Estado do Pará, parceria entre o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos e o Governo do Estado do Pará, através da Secretaria de Estado Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster).
Em todo o Brasil dos cerca 78,3 milhões de domicílios existentes, mais da metade deles (cerca de 51,7%), ou seja, um total de 40,4 milhões de lares eram chefiados por mulheres, já o restante (cerca de 48,3%) quase 38 milhões de lares eram chefiados por homens. Em relação à Região Norte, a situação difere, pois dos cerca de 6 milhões de domicílios, pouco mais da metade (cerca de 50,9%) com um total de 3 milhões eram chefiados por homens, nos demais 2,9 milhões lares restantes (cerca de 49,1%) tinham a chefia feminina.
Os dados registrados no Estado do Pará, também seguem a mesma tendência, pois dos mais de 2,7 milhões de domicílios paraenses, mais da metade (cerca de 53,7%) quase 1,5 milhões tinham a chefia masculina, enquanto que nos demais (cerca de 46,3%) quase 1,3 milhão eram comandados por mulheres. O Pará lidera entre os demais Estados do Norte o quantitativo total absoluto de mulheres que estavam na chefia dos seus domicílios.
Como pode ser observado, o total e mulheres que comandam seus domicílios cresceu em todo o Brasil e para além das responsabilidades com o lar, com filhos e até do parceiro, é preciso ainda que a mesma tenha acesso digno a ocupação e renda. Neste aspecto os desafios são ainda maiores.
O estudo aponta que em todo o Pará cerca de 3,9 milhões de trabalhadores estão ocupados, e deste total aproximadamente 2,3 milhões são homens (equivalente a 60,0% da ocupação paraense) e o restante, pouco mais de 1,5 milhão são mulheres (40,0% restante da ocupação paraense). Além desta diferença de gênero na ocupação paraense, cerca de 850 mil mulheres recebem até 1 salário mínimo de por mês como renda desse trabalho, ou seja, mais da metade das mulheres ocupadas no Estado.