Trayce Melo
As barraquinhas de café da manhã se tornaram uma tradição nas ruas de Belém, além de serem fonte de sustento de muitas famílias, oferecendo diversas opções de preços e sabores para os clientes.
Por exemplo, logo cedo, antes mesmo do sol aparecer, as tradicionais tapiocas da avenida Rômulo Maioria, no bairro do Marco, estão em pleno funcionamento. A empreendedora Maria Clara Barbosa é uma delas. Ela começou a vender café da manhã há nove anos em frente à sua casa, junto com sua sogra e essa oportunidade proporcionou trabalho para toda a família. Hoje sua barraca fica localizada no entorno do Bosque Rodrigues Alves.
“O nosso carro chefe são as tapiocas, temos vários sabores. Os preços variam de 5 a 20 reais. Mas a exclusividade da casa é a de carne assada desfiada. Mas também vendemos café da manhã com pão, ovo, cuscuz, entre outras opções. O negócio deu tão certo que hoje a família inteira tem que ajudar, porque o movimento é muito grande”, conta.
De acordo com ela, o bom atendimento aliado à variedade de produtos são formas de conquistar os clientes. “Estamos aqui todos os dias (segunda a segunda), mas aos finais de semana o movimento se intensifica. Algumas famílias vêm antes da igreja, outras vêm depois da igreja. Tem aquelas pessoas que tomam café aqui e vão passear ou praticar algum esporte. A gente percebe que já é tradição para algumas pessoas e ficamos muito felizes com essa familiaridade”, comentou.
ATENÇÃO
Quem também acorda todos os dias de madrugada é Silvio Borges, proprietário de um box na Feira da 25. E foi lá mesmo, bem cedinho, que tudo começou há 32 anos atrás, logo com o café da manhã.
“Começou comigo, depois veio a minha esposa e minha irmã. Abrimos todos os dias, tem dias que eu o movimento é intenso. Somos nós três dando conta de tudo, tem que dar atenção pra todo mundo. Não pode deixar ninguém de fora. O nosso café completo varia de 2 reais (pão com margarina e café) a 8 reais que é o X-tudo (pão com ovo, salsinha, presunto e calabresa) com café ou suco. Que é o nosso carro chefe, vende bastante”, conta.
Ele avalia que as pessoas vão em busca de serem bem tratados. “Trabalhar com o público não é pra todo mundo. É um ramo que é meio difícil. Lidar com as pessoas é meio difícil. E aí a gente faz o que pode, estamos todos os dias aqui dando o nosso melhor”, explica. “Durante a semana a correria para chegar no trabalho é grande. Com isso, algumas pessoas optam por tomar café próximo ao trabalho. Proporcionar um bom atendimento a essas pessoas é fundamental para fidelizar a clientela”, conclui.
De tapioca e cuscuz ao pão com ovo, o que não falta é opção. O hábito de comer na rua, que não é de hoje, além de ser muito comum dos paraenses, é um costume que vai passando de geração para geração. Para a autônoma Kassia Rodrigues, esse é um costume cultural. “Já é uma tradição, gosto muito da tapioca. Hoje eu vou aproveitar e levar algumas também para casa para comer com a minha filha”, diz.