Pará

Casos confirmados de dengue mais que duplicaram no Pará

Foram registrados 6.404 casos confirmados da doença no estado, segundo a Sespa, de janeiro a 15 de abril de 2024. No mesmo período em 2023, foram 2.494 ocorrências. Foto: Irene Almeida/Diário do Pará.
Foram registrados 6.404 casos confirmados da doença no estado, segundo a Sespa, de janeiro a 15 de abril de 2024. No mesmo período em 2023, foram 2.494 ocorrências. Foto: Irene Almeida/Diário do Pará.

Trayce Melo

A dengue mais que duplicou no Pará nos primeiros quatro meses de 2024, com 6.404 casos confirmados da doença, segundo a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) com base no levantamento do Informe de Arboviroses Nº 06, de janeiro a 15 de abril de 2024. No mesmo período em 2023, foram 2.494 casos confirmados.

Considerada pelo Ministério da Saúde como a arbovirose urbana mais prevalente nas Américas, principalmente no Brasil, a dengue é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti contaminado. Isso ocorre porque apenas a fêmea precisa do consumo de sangue para sobreviver, já que somente ela produz os ovos.

De acordo com o Ministério da Saúde, a projeção do aumento de casos da doença se deve a fatores como a combinação entre calor excessivo e chuvas intensas (possíveis efeitos do El Niño) e ao ressurgimento recente dos sorotipos 3 e 4 do vírus da dengue no Brasil.

Para evitar o contato com o mosquito transmissor da doença, a médica Andréa Beltrão, infectologista, explica que a principal ação é eliminar os criadouros de dengue. “A melhor forma de prevenção da dengue é evitar a proliferação do mosquito Aedes Aegypti adotando ações simples do cotidiano, como manter a casa e o quintal limpos, evitar água parada, tampar os ralos, guardar pneus em locais cobertos, realizar a limpeza regular da caixa d’água e sempre mantê-la fechada, com tampa adequada”, enumera.

“Outros cuidados incluem verificar as calhas, como retirar folhas, galhos e tudo que possa impedir a água de correr por elas. Colocar lixo em sacos plásticos e manter a lixeira fechada, assim como eliminar entulhos do seu quintal. O pote de água para seu animal de estimação também deve ser trocado com frequência”, acrescenta.

Além disso, algumas medidas de proteção individual são importantes, especialmente em situações de maior risco. “Quem viajar para áreas com a doença, deve adotar medidas de proteção individual, como utilização de repelentes e uso de roupas que protejam as áreas do corpo mais expostas, pois podem evitar as picadas dos mosquitos”, diz.

“Também é interessante utilizar telas mosquiteiras em portas e janelas e sobre a cama. No retorno da viagem, se sentir sintomas compatíveis com a doença, procure atendimento médico ou uma unidade de saúde. Não esqueça de referir a viagem ao profissional que o atender”, menciona a médica.

CAUSA

De acordo com a infectologista, a dengue é causada por um arbovírus, que pode ter quatro sorotipos diferentes. A doença é febril e pode causar sintomas como dor de cabeça, dores no corpo, atrás dos olhos e nas articulações, manchas pelo corpo, sangramentos e vômitos.

“A infecção pelo vírus da dengue pode ser assintomática (sem sintomas), apresentar quadro leve e até quadro com sinais de alarme e de gravidade. Normalmente, a primeira manifestação é a febre alta (maior que 38°C), que pode durar de 3 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos e manchas vermelhas na pele. A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, náuseas, vômitos persistentes e sangramento de mucosas”, descreve.

Andréa Beltrão reforça a importância de uma boa hidratação durante a recuperação. “É importante manter a hidratação no tratamento da dengue porque durante a doença ocorre a saída da parte líquida do sangue em diferentes graus e quantidades. Quando a pessoa se hidrata, tenta repor o que perdeu ou está perdendo. Também é importante salientar que o repouso, atrelado a uma alimentação saudável e medicamentos prescritos pelo médico devem ser adotados durante a recuperação”, ressalta.