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Justiça de SP determina prisão preventiva de motorista do Porsche

Justiça de SP determina prisão preventiva de motorista do Porsche Justiça de SP determina prisão preventiva de motorista do Porsche Justiça de SP determina prisão preventiva de motorista do Porsche Justiça de SP determina prisão preventiva de motorista do Porsche
O empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, 24, foi preso nesta segunda-feira (6) após se entregar à polícia.
O empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, 24, foi preso nesta segunda-feira (6) após se entregar à polícia.

 

ISABELLA MENON

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Justiça de São Paulo determinou nesta sexta-feira (3) a prisão preventiva, sem prazo, do empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, 24, réu por homicídio doloso e lesão corporal após bater com seu Porsche no Renault Sandero do motorista de aplicativo Ornaldo Silva Viana, 52, em 31 de março. cabe recurso.

A lesão corporal é referente ao fato de que o acidente deixou o amigo de Fernando, Marcus Vinicius Rocha, 22, gravemente ferido. Ele foi submetido a cirurgia para retirada do baço, teve complicações e ficou na UTI por dez dias.

A Folha acionou a nova defesa do empresário nesta sexta, porém o advogado que o representa disse que não vai se manifestar. Fernando trocou de advogados após se tornar réu no caso.

Antes dessa decisão, a Promotoria de São Paulo havia entrado com três pedidos de prisão preventiva de Fernando. A Justiça, porém, havia negado as três.
No início da semana, o juiz Roberto Zanichelli Cintra, da 1ª Vara do Júri de São Paulo, negou o terceiro pedido de prisão preventiva. Ele argumentou que as motivações da Promotoria não têm “vínculo com a realidade dos autos e buscam suas justificativas em presunções e temores abstratos”.

Nesta quinta (2), a promotora do caso, Monique Ratton, solicitou novamente a prisão. Ela alegou que, além de o caso preencher requisitos autorizados para a prisão preventiva, o empresário influenciou o depoimento da sua namorada, que apresentou às autoridades policiais informações idênticas às dadas pela mãe de Fernando, Daniela Cristina de Medeiros Andrade.

A promotora afirmou também que Fernando possui outros dois boletins de ocorrência que constam envolvimento em acidentes com outros automóveis. Em um deles, é registrado que o empresário atingiu dois motociclistas com seu veículo.

Na denúncia encaminhada, o Ministério Público considera que Fernando ingeriu álcool em dois estabelecimentos antes de dirigir no dia do acidente.
“A namorada e um casal de amigos tentaram demovê-lo da intenção de dirigir, mas o condutor ainda assim optou por assumir o risco”, diz a Promotoria, que também citou a velocidade do carro, de 156 km/h na hora do acidente, de acordo com a perícia.

O órgão cita ainda que o amigo de Fernando também foi gravemente ferido e ficou na UTI por dez dias. “O denunciado só se apresentou 36 horas depois da colisão, tendo deixado o local dos fatos com autorização dos policiais militares que atenderam à ocorrência”, afirma.

O Ministério Público também requisitou o compartilhamento de provas para que os agentes públicos respondam por “eventual cometimento de crime por terem cedido ao pedido da genitora do denunciado de levá-lo ao hospital, quando deveriam tê-lo escoltado até o local”.

Imagens de câmeras corporais dos agentes mostram o jovem ao lado da mãe por volta das 3h do dia 31 de março. Os dois tentaram deixar o local, mas são impedidos por uma policial militar que diz precisar “qualificar” o jovem antes de liberá-lo. “Não pode tirar ele daqui assim”, afirma.

A PM pergunta a outro colega se ele possui equipamento para teste de bafômetro no local, e o policial responde que não tem. Depois de conversar com o motorista, a policial militar fala com um bombeiro que diz que Fernando estava “um pouco etilizado”.
A mãe de Fernando afirmou às autoridades policiais que o levaria até o hospital. Porém, quando as autoridades policiais foram até o estabelecimento descobriram que o empresário não havia estado lá.

De acordo com a SSP (Secretaria da Segurança Pública), houve falha de procedimento dos policiais que atenderam a ocorrência pelo fato do motorista não ter sido submetido ao bafômetro.

O dono do Porsche se apresentou na delegacia na tarde de segunda, mais de 30 horas após a colisão.