Diego Monteiro
Na tarde de ontem (29), a equipe do DIÁRIO flagrou ruas, praças, canais, canteiros centrais e até lixeiras residenciais transbordando de lixo. Os resíduos espalhados pelas vias de Belém continuam a ser objeto de queixas por parte da população. Os moradores garantem que a coleta de lixo e a limpeza urbana não têm ocorrido há vários dias e semanas.
De acordo com Jeniffer Lima, 31 anos, esse cenário causa, além do aspecto visual desfavorável, à proliferação de pragas urbanas, o mau cheiro que incomoda a todos e, principalmente, os riscos à saúde das pessoas. A autônoma acredita ainda que falta de um serviço mais eficaz de coleta e limpeza, ainda, de políticas públicas quanto ao descarte correto de entulhos, tem sido um desafio vivido por todos.
Moradora da travessa Pirajá, próxima à passagem E, no bairro da Pedreira, Jeniffer revela que o acúmulo de lixo tem atrapalhado até mesmo seu sustento. “Eu trabalho com venda de alimentos e logo à frente há esse lixo. Muitos clientes deixam de comprar por causa do forte odor. Além disso, há dias em que as moscas estão em toda parte e não podemos fazer nada para mudar essa realidade”, revela.
Ao longo da rua Canal do Galo, na interseção da rua Antônio Everdosa com a travessa Doutor Enéas Pinheiro, e em vários outros locais, uma variedade de sujeira, desde garrafas de vidro até móveis antigos, madeira com pregos expostos, plásticos e restos de material orgânico.
Gabriel Soares, 18, ressalta os males que o lixo acumulado pode causar. “As pessoas não levam a sério, por exemplo, o aumento dos casos de dengue no país e até mesmo aqui em Belém. É necessária uma ação mais eficiente do poder público, junto com iniciativas que conscientizem a população sobre o descarte adequado desses materiais. A cidade não pode continuar assim”, completa o estudante.
De fato, em muitos casos, uma das cenas mais preocupantes é o acúmulo de água em recipientes, criando condições ideais para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, principal transmissor da dengue e de outras doenças graves. “Não podemos ignorar a responsabilidade das pessoas que jogam lixo nas ruas, mesmo sabendo a deficiência do serviço”, lamenta Rogério Moraes, 44 anos.
“Estamos aguardando que o serviço da nova empresa possa chegar a todos, pois é o mínimo que merecemos: viver em um ambiente limpo e sem risco. Por enquanto, não há o que comemorar, pois a cidade continua suja e a limpeza não tem acontecido de forma mais energética. Que a Prefeitura de Belém possa olhar para o povo, principalmente quem mora na periferia”, conclui o feirante.
SEM RESPOSTA
Diante do exposto, foi solicitado um posicionamento à Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) de Belém sobre as medidas adotadas pelo órgão em relação à limpeza das ruas e à regularidade da coleta de lixo nos locais mencionados pelo DIÁRIO, mas até o fechamento desta matéria, não houve retorno.