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Abril Azul: fotógrafo Jean Luiz retrata e colhe relatos de mães

Abril Azul: fotógrafo Jean Luiz retrata e colhe relatos de mães

Direcionado às mães que possuem filhos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), um projeto do fotógrafo paraense Jean Luiz visa destacar o contexto da maternidade atípica. A ação ocorre nesta segunda, 29, e terça, 30, a partir de 8h, em Ourém, nordeste do Pará. Com o tema “Abril Azul – Mês da Conscientização do Autismo”, o projeto busca ampliar o olhar a respeito do dia a dia dessas famílias.

“A minha ideia principal é criar memórias afetivas entre mãe e filho através da fotografia. O projeto foi baseado no meu conceito sobre fotografia, enxergando ela como linguagem, não só como um meio comercial de ganhar dinheiro, porque a imagem também é um texto na fotografia. A ideia é usar a fotografia para dar espaço para essa pauta, que muito se fala, o autismo, mas pouco se fala sobre a maternidade dentro desse aspecto”, conta.

Natural de Belém, o fotógrafo tem 33 anos e fotografa profissionalmente desde 2022. Ele busca captar, na fotografia, o registro de momentos especiais e que transmitam valores, histórias e emoções. “O projeto surgiu de uma conversa com uma amiga que trabalha em Ourém. Ela é professora da educação especial e pensamos que esta seria uma forma de afeto a ser explorada no Dia das Mães, quando a gente pretende presentear cada uma com uma fotografia especial”, diz.

“Eu nunca pensei ser fotógrafo, mas em 2022 eu vinha passando por um momento conturbado no meu antigo emprego e como eu estava fazendo terapia, fui buscar alguma coisa diferente para ocupar meu tempo. Depois passei a trabalhar com fotografia, mas fui vendo que isso era muito pouco, porque eu poderia usar a fotografia de uma forma que contribuísse mais com o meio em que eu vivo. Futuramente quero fazer exposições sobre temas que acho importantes”, diz.

No Centro de Atendimento Educacional Especializado Edson Vinícius Ferreira Silva (CAEE), em Ourém, cerca de 20 mães de alunos diagnosticados com TEA aceitaram participar do projeto. “Converso com as mães, busco entender um pouco mais sobre elas. Baseado nisso, eu vou fotografar. Minha ideia é trazer as perspectivas sobre esse cuidado delas com os filhos, mostrando os desafios e o que elas consideram que pode ser feito para que melhore a educação especial na escola e no convívio em sociedade. Não é só uma foto bonita, mas é sobre o que a gente vai fazer com isso, que impacto esse trabalho vai ter na vida de outras mães que se enxergam nessa situação”, diz o fotógrafo.