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Leão segue ladeira abaixo, afirma Gerson Nogueira

Foto: Samara Miranda/Ascom Remo
Foto: Samara Miranda/Ascom Remo

Confira a coluna de Gerson Nogueira

 

Leão segue ladeira abaixo

O retrato da derrocada ficou esboçado na estreia contra o Volta Redonda, em Belém, na semana anterior. Na ocasião, os erros de escalação levaram a uma derrota que não constava dos planos do Remo para o começo da Série C. Diante do Athletic, sábado à noite, o cenário ficou mais claro para quem ainda nutria esperanças de uma retomada. O placar final de 3 a 1 retratou fielmente o que foi a partida.

Com poucos minutos de partida, o Remo já se deixava dominar por completo, sem esboçar reação. Tudo o que se viu diante do Voltaço voltou a ocorrer: falta de articulação, espaçamento entre os setores e apatia ofensiva. Para piorar, nenhum sinal de garra em busca de um resultado favorável. Quando um time não tem técnica, escora-se no espírito de luta. Nem isso foi possível ver em São João del Rei.

Até o empate poderia ser considerado bom, nas circunstâncias. Afinal, o Remo desafiava o time que estreou metendo 4 a 0 no Caxias, lá na casa do adversário. Ocorre que o Athletic nem precisou ser tão efetivo ofensivamente, a defesa azulina propiciou as facilidades.

Logo aos 10 minutos, o artilheiro Jonathas apareceu na área para cabecear com muito perigo. O gol parecia apenas questão de tempo. E foi assim que realmente aconteceu: aos 16′, Jonathas foi lançado na pequena área e mandou para as redes. Chutou de bico e a bola entrou.

Quando chegou ao gol, numa escapada com Ribamar entrando pela esquerda, o lance foi invalidado. A arbitragem flagrou impedimento. O primeiro tempo se arrastou sem maiores emoções, embora o Athletic tenha levado muito mais perigo à meta remista.

O Leão voltou mais agressivo e esperto para o 2º tempo. Parecia que ia funcionar a velha estratégia de Gustavo Morínigo, que costuma transformar a equipe com mexidas pontuais. Logo aos 3 minutos. Marco Antônio emendou da entrada da área, na primeira boa chegada azulina no jogo.

Em resposta, o Athletic foi ao ataque de forma contundente. Aos 6′, um contra-ataque puxado por David Braga pegou a defesa azulina desarrumada. Ele tocou para Torrão e recebeu um cruzamento perfeito para ampliar de cabeça.

O Remo então resolveu partir para cima e, aos 26’, Sillas recebeu um passe rasteiro na área e bateu cruzado para diminuir o prejuízo. Por alguns minutos, o empate pareceu possível. Kanu finalizou dentro da área, mas o goleiro evitou o gol. A pressão terminaria aí.

Aos 36′, o Athletic aplicou o golpe de misericórdia. Robinho, da entrada da área, chutou forte. A bola desviou em Bruno Bispo e enganou o goleiro Marcelo Rangel, fechando a contagem. Marco Antônio ainda foi expulso, quebrando de vez as forças do Remo em campo.

Na lanterna da Série C, o Leão enfrenta o Botafogo-PB no domingo (5), em João Pessoa, precisando vencer para reagir na competição.

García aplica drible “2 pra lá, 2 pra cá” e faz golaço

A torcida bicolor, em número decepcionante para as expectativas do jogo (7 mil pagantes), saiu frustrada do Mangueirão com o empate entre PSC e Botafogo-SP, no sábado à tarde. Mas, se o 1 a 1 no placar não inspirou comemorações, o golaço de Esli García foi digno de aplausos.

O confronto teve momentos eletrizantes, com oportunidades de gol para os dois lados. O problema é que os atacantes erraram muito. Por isso mesmo, o Papão sentiu demais a ausência do artilheiro Nicolas.

Aos 10 minutos, Schappo recuou perigosamente e Ruan Ribeiro teve a chance de marcar após disputar a bola com o goleiro. Aos 15′, Patrick Brey entrou livre na área e, quando ia chutar para o gol, foi abalroado por João Vieira. O árbitro mandou o jogo seguir, sem revisão de VAR.

Logo em seguida, Edinho invadiu a área botafoguense, driblou um marcador e chutou com muito perigo. Aos 24′, mais emoção: Quintana deu um carrinho para cortar o ataque fulminante do Botafogo, mas chutou contra o patrimônio. A bola bateu no poste direito e saiu.

Aos 30′ foi a vez de Carlos Maia cabecear na trave. No rebote, Leandro Vilela cabeceou novamente, mas Jean Victor evitou o gol. No finalzinho, Alex Sandro acertou a trave esquerda de Matheus Nogueira.

Logo aos 5 minutos do 2º tempo, o lateral Bryan Borges foi expulso. Como já havia recebido o amarelo, seu retorno para a etapa final foi uma temeridade. Esli García foi lançado no jogo, a pedido da torcida, e não decepcionou. Com ele, o Papão passou a ameaçar nos contra-ataques.

Aos 22′, a estrela do ponta venezuelano brilhou. Chamou os marcadores para dançar e mandou um chute por cobertura. A bola beijou o travessão e entrou. Um golaço, consagrando Esli junto à Fiel.

Aos 34’, em jogada rápida pela direita, o lateral Wallison cruzou na área e o atacante Toró se antecipou a Wanderson, batendo de primeira para empatar. Nos instantes finais, o PSC teve boa chance para marcar e o Bota quase desempatou em duas finalizações salvas pelo goleiro Matheus Nogueira.

O próximo compromisso será contra o Avaí, sexta-feira (5), na Curuzu.

Depois de décadas, Bota vence Fla sem erro de apito

Com arbitragem monitorada minuto a minuto, o Botafogo superou o Flamengo na manhã de domingo. No Maracanã cheio de rubro-negros, o time de Artur Jorge foi cirúrgico. Ofensivo e extremamente rápido, o Alvinegro venceu o clássico com gols de Luiz Henrique e Savarino.

John Textor não estava em campo, mas foi o personagem mais lembrado ontem. Suas denúncias contra a arbitragem brasileira geraram polêmica durante a semana e foram potencializadas pelo anúncio de que Rafael Claus seria “vigiado” em tempo real. Funcionou. O árbitro, useiro e vezeiro em atuações desastrosas contra o Fogão, esteve impecável.

O esquema 4-2-4 utilizado por Artur Jorge começa a engrenar, com vitórias seguidas e saldo de 10 gols em quatro jogos. Não é possível cravar se vai funcionar a longo prazo. Por enquanto, está ajudando a diminuir as desconfianças da torcida botafoguense.