Diego Monteiro
No ano passado, o Centro Comercial de Belém sofreu uma série de incêndios de grandes proporções que atingiram várias lojas. Os mais notáveis ocorreram em abril e agosto, afetando prédios nas ruas 15 de Novembro e 7 de Setembro com a 13 de Maio, respectivamente.
Naquela época, conforme o relatório da Comissão Municipal de Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros, problemas elétricos foram apontados como possíveis causas desses incidentes. Além disso, o documento apresentado também destacou o comprometimento das estruturas, com risco de desabamento das edificações atingidas.
Um ano após o primeiro incidente, alguns trabalhadores conseguiram retomar suas atividades normais com suas barracas, mas muitos ainda enfrentam dificuldades até hoje. A principal reclamação entre os afetados é que suas barracas, muitas delas de lona e madeira, foram destruídas pelas chamas e para garantir o sustento realizam as vendas de forma improvisada atualmente.
Maria Roseliane, 58, é uma das prejudicadas. Segundo a autônoma, além das lembranças de pânico e tristeza, ainda convive com a dificuldade de construir uma nova estrutura. “As chamas foram tão intensas que chegaram a atingir quem estava na rua João Alfredo, como é o meu caso. Não apenas a minha barraca, mas também as de outros colegas, foram danificadas neste dia”.
As ruas 15 de Novembro e 7 de Setembro ficaram temporariamente interditadas para preservar a segurança da população próximo aos locais dos incêndios. Atualmente, as vias do entorno dos dois lugares estão liberadas. Os dois prédios, inclusive, estão com placas que indicam que a estrutura está passando por restauro.
Ronaldo do Nascimento, 50, ambulante, chamou atenção para o tipo de produto que é oferecido em muitas lojas, já que há itens que são considerados inflamáveis, como plástico e papelão.
A gerente de uma loja de artigos de bijuteria, Ângela Fonseca, 52, ressaltou o compromisso da empresa em relação à segurança da loja e dos colaboradores. Segundo a gestora, regularmente um profissional da área é chamado para analisar a rede elétrica do local. Além disso, segue à risca a orientação do especialista quanto ao uso adequado das tomadas, principalmente.
Segundo Ângela, uma das principais recomendações nesse caso é evitar a sobrecarga das tomadas. “Tanto que evitamos o uso dos famosos benjamins, além de que o filtro de linha passa a ser uma ferramenta aqui dentro. Caso superaqueça ou até mesmo dê algum curto, esse equipamento atua para proteger toda a nossa rede elétrica de qualquer acidente. Até agora nada aconteceu por aqui”.
Um acidente mais recente desse tipo ocorreu em um casarão histórico na rua Gaspar Viana, entre as travessas Padre Prudêncio e 1º de Março, que foi consumido pelo fogo em dezembro de 2023. Testemunhas relataram que as chamas tiveram início após problemas em uma televisão e se alastraram, afetando a parte do edifício voltada para a Boulevard Castilhos França.