Belém

Icoaraci perdeu o sorriso com tanto lixo

Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.
Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.

Even Oliveira

O distrito de Icoaraci enfrenta um desafio crescente e preocupante: o acúmulo de lixo nas vias. Na manhã de ontem (25), a equipe de reportagem do Diário ouviu os residentes de alguns bairros e, segundo eles, em alguns locais não há coleta há pelo menos três meses. É o caso da travessa W-4, que fica atrás do Hospital Regional Dr. Abelardo Santos. Na área, é possível observar montes de lixo que vão de domésticos, garrafas de bebidas, cascas de coco, sofá e estão comprometendo totalmente o acesso de outras ruas e alamedas. Um problema de saúde pública. O vendedor de farinha João de Deus, 66, diz que um dos problemas é o mau cheiro, que tende a se espalhar por todo o estoque da venda, já que o ponto comercial fica praticamente colado com o lixo. “Infelizmente, a gente não consegue e nem tem como explicar porque esse lixo permanece aí. É toda hora um fedor de lixo de tudo quanto é tipo. Sofremos já tem mais de mês”, lamenta.

Para a autônoma Socorro dos Santos, de 60 anos, é ainda mais difícil conviver com a situação por conta da mãe, que tem 80 anos. Segundo ela, “a culpa é tanto da população, que faz o descarte, quanto da prefeitura, que não faz a coleta regular. O problema é urgente e precisa de medidas eficazes”, pondera. No início do mês de abril, a equipe de reportagem percorreu vários outros trechos do distrito. Um desses lugares é a Estrada da Maracacuera, que abrigava lixos e entulhos. A situação permanece a mesma.

O borracheiro Clayton Max, 28, morador há dez anos das proximidades da estrada, utiliza a via todos os dias de bicicleta para acompanhar a esposa, e fala que a manutenção e limpeza não ocorre de maneira regular. “Aqui, assim como na minha rua, a limpeza ocorria de quarta a sexta-feira, mas ultimamente é isso que a gente está vendo [aponta para a quantidade de lixo]”, comenta.

Já em frente ao Parque Santa Paula, no bairro Águas Negras, o quadro visual é de um corredor de lixo que se estende por toda a via. Para Arleth Paula, 56, catadora de material reciclável, “é tanto lixo que não há espaço para andar nas calçadas e a gente precisa andar no meio dos carros”, relata. “As autoridades não olham para Icoaraci. Não estão nem aí. A prefeitura só sabe reclamar e dizer que é culpa das gestões anteriores, mas não retira esse lixo podre que está aí. A gente precisa desse olhar e agilidade”, finaliza Arleth.

Até o momento, a Sesan não havia respondido aos questionamentos do DIÁRIO sobre a situação do lixo em Icoaraci.