A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas registrou um aumento significativo nos atendimentos a vítimas de animais peçonhentos no primeiro trimestre de 2024, com um total de 163 casos registrados, em comparação com apenas 42 casos no mesmo período do ano anterior.
Dos casos deste ano, 101 pacientes foram encaminhados para o Hospital Municipal de Santarém Dr. Alberto Tolentino Sotelo (HMS). Os dados mensais revelam que os casos aumentaram de 13 em janeiro de 2023 para 37 em janeiro de 2024, de 18 para 82 em fevereiro, e de 11 para 44 em março, destacando um crescimento acentuado no número de incidentes. As picadas de serpentes e escorpiões foram as principais causas desses incidentes.
Diante desse cenário preocupante, o diretor clínico do HMS, Dr. Vinícius Savino, ressalta a importância das medidas preventivas para evitar acidentes.
“É crucial que as pessoas estejam cientes dos riscos e saibam como evitá-los. Medidas simples podem ser extremamente eficazes para reduzir a incidência desses eventos”, relatou.
Dr. Vinicíus enfatiza, ainda, a importância de buscar ajuda médica após um acidente com animais peçonhentos.
“Em caso de acidente, evite tentar capturar o animal, pois isso pode provocar um novo ataque. Em vez disso, tente identificar o animal por meio de uma fotografia ou observando suas características distintivas. Nunca tente tratar a ferida com remédios caseiros, pois isso pode agravar a situação. Lave o ferimento com água e sabão e não hesite em procurar assistência médica imediatamente. Tratamentos adequados aplicados rapidamente podem fazer toda a diferença na recuperação e prevenir complicações graves”, destacou.
Para evitar acidentes, o médico recomenda:
– Evitar áreas conhecidas pela presença de serpentes e escorpiões;
– Utilizar botas e calças compridas ao transitar por regiões de mata,
– Manter o ambiente limpo, evitando acúmulos de lixo e entulho que possam atrair roedores e, consequentemente, animais peçonhentos;
– Verificar roupas, calçados e toalhas antes de usá-los.
Após um acidente envolvendo uma serpente, seu José Pereira Pimentel está em tratamento no HMS. Ele relata que tudo aconteceu enquanto estava indo pescar, sendo esta a segunda vez que foi vítima desse tipo de ofidismo.
“Na hora, não senti dor nem percebi o que aconteceu. Dois dias depois, com o pé bastante inchado e as marcas das presas visíveis, foi quando busquei ajuda médica. Essa é a segunda vez que sou picado pela mesma espécie de cobra”, relatou.