Dr. Responde

Segunda infecção por dengue tem maior risco de gravidade; entenda!

  FOTO: NIAID
FOTO: NIAID

Especialistas alertam que a segunda infecção por dengue apresenta um risco maior de doença grave. Durante a reinfecção, o sistema imunológico pode não neutralizar o novo vírus, aumentando o perigo. Vacinas como a candidata do Butantan, tetravalente, são essenciais para evitar complicações, protegendo contra os quatro sorotipos do vírus.

A dengue, transmitida por quatro sorotipos do mesmo vírus, é uma preocupação global. Embora muitos casos sejam assintomáticos ou leves, a segunda infecção pode ser mais séria. Durante a reinfecção, os anticorpos podem não neutralizar o novo vírus, aumentando o risco de complicações. É essencial estar atento e tomar medidas preventivas contra essa doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.

E é exatamente a segunda infecção que mais preocupa os especialistas em relação à dengue, pois a chance de desenvolver uma doença grave aumenta consideravelmente. Décadas de pesquisas apontam que uma das principais razões para esse risco aumentado é o próprio sistema imune. Durante a reinfecção, os anticorpos específicos para o sorotipo antigo até reconhecem e se ligam ao novo tipo, mas muitas vezes não são capazes de neutralizá-lo. Com isso, acabam fazendo o oposto, ajudando o vírus a entrar nas células e se replicar.

Anticorpos que não neutralizam podem, na verdade, piorar o quadro da dengue. O mesmo ocorre com as células T: as células T de memória formadas na primeira infecção são reativadas na segunda e produzem uma resposta muito mais robusta, mas muitas vezes não conseguem matar as células infectadas. Isso pode contribuir para que o indivíduo fique mais doente”, diz a especialista em dengue e revisora científica do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH, na sigla em inglês) Anuja Mathew.

A comunidade científica internacional enfatiza a importância de uma vacina contra a dengue que seja tetravalente. A candidata vacinal do Butantan, desenvolvida em colaboração com o NIH, é um exemplo desse avanço. Ao proteger contra os quatro sorotipos do vírus simultaneamente, essa vacina elimina o risco de agravamento da infecção. Além disso, pode ser administrada com segurança em pessoas que já foram infectadas, oferecendo uma camada adicional de proteção. É um passo significativo na prevenção dessa doença debilitante transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.

Fatores de risco:

A dengue, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, é causada por quatro sorotipos de vírus. A segunda infecção preocupa especialistas devido ao risco aumentado de doença grave. Durante a reinfecção, o sistema imunológico pode não neutralizar o novo vírus, contribuindo para complicações. Vacinas como a candidata do Butantan, tetravalente, são essenciais para evitar agravamentos.

A gravidade da doença pode ser influenciada pela genética do vírus e outros fatores, como comorbidades e nutrição. Em áreas endêmicas como o Brasil, onde a exposição é frequente, o risco de complicações é maior. Estudos mostram que o risco de doença sintomática na segunda infecção é 9,4 vezes maior, enquanto o de complicações graves é 23,7 vezes maior.

(Com informações do Instituto Butantan)