Pará

Rádio Clube completa 96 anos cada vez mais próxima do seu ouvinte

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Ana Laura Costa

Consolidada na memória popular, a Rádio Clube do Pará completa 96 anos fazendo história e participando de várias gerações de ouvintes paraenses. Fundada em 1928, a emissora passou por transformações e continua exercendo o papel de informar a população sem perder a originalidade. A rádio foi agraciada com o título de Patrimônio Cultural Imaterial da cidade de Belém em 2022.

A Clube do Pará foi a quarta rádio brasileira a entrar no ar. Surgiu apenas 5 anos após a inauguração da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, fundada em 1928. Com a transformação digital, a emissora se adaptou e os ouvintes também passaram a assistir e interagir com os locutores e apresentadores, por meio das transmissões de programas via Youtube e Facebook.

O diretor de esportes da Rádio Clube, Guilherme Guerreiro, ressalta que o processo de modernização na forma de interagir com o público tem sido muito positivo. No entanto, Guerreiro lembra que a emissora, pioneira em transmissão esportiva, sempre desenvolveu a interatividade com o público e, agora, não seria diferente.

“Desde os primórdios através de cartas e telefonemas, a participação do ouvinte sempre pautou a programação. Nesta nova fase, entendo que o grande segredo da Rádio Clube continua sendo a interação com os ouvintes que acabam norteando a emissora. Fazer a rádio para o ouvinte e com sua participação é o que faz a Rádio Clube”, destaca.

Guerreiro também ressalta o processo migratório da transmissão da rádio para a Frequência Modulada (FM) no prefixo 104,7 FM, abrindo as portas para novos ouvintes. Segundo ele, a entrega do trabalho realizado por quem coloca a rádio no ar é ainda mais interessante.

“A migração para a FM era um pedido dos próprios ouvintes. Alguns chegaram a dizer, em abordagem nas ruas, que sem o chiado do AM (Amplitude Modulada), não iriam se habituar, mas isso foi desmistificado. Com a entrega da qualidade de áudio maior , melhor é a interação com quem está na outra ponta da linha. É uma entrega muito mais qualificada, cuidada e pensada, sem perder a característica da Rádio Clube na AM”, explica.

REALIZAÇÃO

E a emissora não só faz parte da história de ouvintes e torcedores paraenses como também marca, de uma forma especial, a trajetória profissional de quem passa por ela. A comentarista Liane Coelho, pontua que, responsabilidade é a palavra que melhor define sua presença, sobretudo por ser mulher, na emissora.

“Agora, mesmo com todo esforço, a gente precisa de veículos de comunicação que abram as portas e nos dê oportunidades, e isso tenho aqui na Clube. Aqui sou respeitada como profissional. A Rádio Clube me proporciona escrever meu nome no meio esportivo, como formadora de opinião e quero, com o meu trabalho aqui, ser porta aberta para as demais”, afirma.

Liane também é produtora e apresentadora no ‘Jornal da Manhã’ da emissora, e destaca que fazer parte da emissora, principalmente nesta fase de migração para os meios digitais, é uma realização profissional e pessoal.

“É acompanhar de perto mais um marco da trajetória da Clube. Mas, dessa vez, com o meu nome sendo escrito aqui. Além, claro, da vitrine profissional que essa mudança gera, afinal onde antes só a voz era ouvida, agora a imagem também vem a público. Uma adaptação, mas uma adaptação muito boa e empolgante”, completa.

A Rádio Clube também entrega entretenimento. O locutor João Almeida, 69, mais conhecido como ‘Coronel Virgolino’, há tempos participa das tardes de ouvintes proporcionando jargões conhecidos pelo público. Para o locutor, que acompanha a emissora e sonhava em conhecê-la quando ainda era um garoto, a Clube é uma verdadeira escola.

“Os melhores comunicadores passaram por aqui e aprendi muito com todos eles, sou agradecido por ter a oportunidade por ter entrado na emissora. Fazer parte da história da Rádio Clube é um sonho, posso dizer isso”, comenta.

Ainda de acordo com João Almeida, fazer rádio para o povo é sua marca registrada e na Rádio Clube, é possível realizar de forma plena. “O povo adora um comunicador alegre, e é isso que me leva ao encontro com ele. Enquanto eu tiver vida e força, irei fazer entretenimento, tocar as músicas que o povo gosta, principalmente as nossas como o carimbó, o merengue, a lambada e o brega. A Rádio Clube entende que a programação deve ser feita para o povo e com o povo”, completa.

FUNDAÇÃO

l Fundada em 1928, assim como as primeiras rádios do Brasil, a “Poderosa” começou como uma associação de amigos entusiastas da novidade, daí veio o nome que conhecemos até os dias atuais, a famosa “Rádio Clube”. Foi naquele mesmo ano que aconteceu a primeira transmissão, em 22 de abril, sob comando dos pioneiros Roberto Camelier, Eriberto Pio e Edgar Proença.

l Inicialmente, a empresa adotou o slogan “PRAF – A voz do Pará”. Contudo, na primeira metade dos anos 1930, foi alterado para “PRC5 – A voz que fala e canta para a planície” tornando-se conhecido em toda a região amazônica. A marca PRC5 se consolidou na memória popular e acabou sendo incorporada à razão social da emissora: Rádio Clube do Pará PRC5 Ltda.

A Rádio Clube se adaptou aos novos tempos, sempre respeitando a interatividade com o ouvinte. Na foto, o diretor de Programação e Jornalismo da Rádio, Nonato Cavalcante FOTO: ALBERTO BITAR
Liane quer que o trabalho como comentarista na rádio abra portas para outras profissionais FOTO: celso rodrigues
Guerreiro ressalta o trabalho para garantir maior qualidade na transmissão em FM FOTO: celso rodrigues