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Emicida defende voto contra Bolsonaro no Rock in Rio

Emicida defende voto contra Bolsonaro no Rock in Rio

Com um cenário de projeções simulando enormes vitrais, Emicida ergueu no palco Sunset do Rock in Rio sua catedral em celebração à cultura negra brasileira.

Passaram pelo palco sua trajetória até aqui, a antiga parceria com Rael, a afirmação feminina de Drik Barbosa e Priscilla Alcântara, seus três convidados da noite, assim como a raiz plantada por Racionais MCs, citados como referência ao afirmar a política pela música.

Foi logo depois de o rapper ironizar pessoas que diziam que palco não é lugar para política, possível alfinetada nos organizadores do festival, que têm dado declarações nessa linha. Roberta Medina, chefe do Rock in Rio Lisboa, disse a este jornal que “política não se faz em cima do palco”.

Quando a plateia entoou um coro de “ei, Bolsonaro, vai tomar no cu”, Emicida fez graça pedindo para falarem mais alto porque não conseguia ouvir. Em seguida, emendou um recado eleitoral: “Dia 2 de outubro, por favor, faça isso na urna.”

O rapper iniciou seu show com “Triunfo”, incendiada pelo excelente naipe de metais e recebida com empolgação pela plateia. A apresentação, aliás, teve o calor do público como contraponto ao frio da noite carioca. O único momento em que a temperatura baixou no palco foi na etérea “Você Aprendeu a Amar?”, de Priscilla Alcântara.

O repertório certeiro passou por hits de diversos períodos, como “Levanta e Anda”, “Pantera Negra”, “Amarelo” e “Gueto”, que teve citação ao clássico “Rap da Felicidade”, de Cidinha e Doca. “Música preta brasileira é isso”, sintetizou o rapper a certa altura.