Luiz Flávio
Apenas nos primeiros três meses deste ano, a Polícia Civil do Pará já realizou 10 operações conjuntas e integradas com polícias civis dos outros Estados, o que representa 50% do total de operações realizadas em 2023, quando ocorreram, no total, mais de 20 operações em todo o ano. Entre os Estados onde os policiais paraenses mais realizam operações estão Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso, Goiás e, principalmente, o Rio de Janeiro onde, segundo a Polícia Civil, ainda existem cerca de 50 criminosos paraenses foragidos e com forte atuação em organizações criminosas.
Uma das mais maiores e importantes realizadas pela polícia paraense foi a “Operação Sem Fronteiras”, realizada no fim de março do ano passado, no Rio de Janeiro em conjunto com a polícia carioca, deflagrada para dar cumprimento de mandado de prisão e de busca e apreensão contra líderes de uma organização criminosa que atuava nos dois estados.
Cinco blindados e dois helicópteros foram utilizados na operação, que contou com a participação de cerca de 80 agentes das forças de elite de inteligência, Batalhão de Operações Especiais (BOPE/RJ) e Coordenadoria de Recursos e Operações Especiais (CORE/PA e RJ). Foram apreendidos 13 fuzis e uma pistola. Treze mortes foram registradas, entre elas a de Leonardo Costa Araújo, o “L41”, principal suspeito de liderar a organização criminosa, que estava foragido do Pará desde 2019.
A organização era acusada de tráfico de drogas e armas, extorsão, “Essa operação nos possibilitou prender as principais lideranças que atuam nessa organização criminosa aqui no Pará e a nível nacional. “O principal líder dessa facção que atuava aqui e só não foi preso porque reagiu à prisão e foi morto no confronto com os policiais. Ele estava foragido no Rio de Janeiro na época fazia mais de 2 anos”, diz Walter Rezende, diretor-geral da Polícia Civil no Estado.
Entre os crimes combatidos na operação estavam o tráfico de drogas, extorsão mediante sequestro, assassinato e ataques de agentes públicos. “Ano passado, em razão da Operação Sem Fronteiras, chegamos a manter equipes por 8 meses no Rio de Janeiro fazendo campana para monitorar criminosos paraenses que estavam naquele Estado. E o resultado foi excelente com a prisão de 14 elementos entre os quais líder maior da facção do Comando Vermelho que atuava aqui”, destaca o delegado geral.
No âmbito da PC, existe o Conselho dos Chefes de Polícia dos Estados, que reúne três vezes por ano para alinhar procedimentos e trocar experiências, integrando as áreas de inteligência das unidades envolvidas. “Essa troca é muito importante. Os órgãos de segurança pública atuam sempre em sintonia e o resultado é uma efetividade bem maior nas investigações e no momento das operações, sejam as realizadas aqui por polícias de outros Estados ou realizadas por nós em outras unidades da federação”.
REFERÊNCIA
Hoje Walter Rezende garante que o sistema de segurança pública do Estado possui uma grande integração e harmonia, que se refletem nos ótimos resultados no combate à criminalidade, modelo que vem servindo de referência para o combate à criminalidade em outros Estados. “Recentemente realizamos um curso aqui em Belém sobre inteligência policial do qual participaram dois colegas do Estado de Pernambuco que conheceram a nossa tecnologia e as novas técnicas que estamos implementando. Temos equipamentos investigativos de ponta que vêm possibilitando a rápida localização e captura de marginais”, revela Rezende.
Assim como a Polícia do Pará realiza operações em outros Estados, a corporação também dá apoio a polícias de outros Estados, como quando mês passado seu suporte à prisão de três pessoas presas em Castanhal, na terceira etapa de uma operação integrada coordenada pela Polícia Civil do Piauí com apoio da PC do Pará. Um casal de empresários e um homem são suspeitos de fazer parte de uma ação criminosa, como receptadores, na qual celulares eram furtados em grandes eventos no Piauí e revendidos no Pará.
Além da repressão ao crime organizado, as operações em outros Estados combatem crimes de violência de gênero e contra crianças e adolescentes, homicídios, feminicídios e estelionatos nos mais variados graus.
ALGUMAS OPERAÇÕES RECENTES
IMPORTANTES
l Fevereiro de 2023
“Operação Ignávia”
A Polícia Civil do Pará, em ação integrada com as polícias civis de Goiás e do Amazonas, deflagra a “Operação Ignávia”, para dar cumprimento a quatro mandados de prisão preventiva expedidos pela vara criminal da Comarca de Redenção. Os quatro alvos eram suspeitos de participação no assassinato de duas pessoas, em 2022 em Redenção. A Operação integrada teve coordenação do Núcleo de Inteligência Policial e da Diretoria de Polícia do Interior e foi deflagrada de forma simultânea no Pará, Goiás e Amazonas, contando com a participação de mais de 30 policiais civis. Três prisões ocorreram em Goiás e uma no Amazonas.
“Operação Corolário”
Agentes da Polícia Civil do Pará cumpriram um mandado de prisão preventiva contra um homem investigado por tentativa de feminicídio contra a ex-companheira, em julho de 2021. A prisão fez parte da “Operação Corolário”, para dar cumprimento a mandados de prisão em aberto por crimes de violência contra a mulher. Uma equipe da Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) de Icoaraci se deslocou até Timbó, em Santa Catarina, para efetuar a prisão. A prisão foi feita no local onde o investigado estava trabalhando, com apoio da Delegacia de Investigação e Capturas (DEIC) de Santa Catarina.
l Março de 2023
“Operação Sem Fronteiras”
Realizada no fim do mês de março, no Rio de Janeiro. A iniciativa conjunta entre as Polícias do Pará e Rio de Janeiro foi deflagrada para dar cumprimento de mandado de prisão e de busca e apreensão contra líderes de uma organização criminosa que atuava nos dois estados. Cinco blindados e dois helicópteros foram utilizados na operação, que contou com a participação de aproximadamente 80 agentes das forças de elite de inteligência, Batalhão de Operações Especiais (BOPE/RJ) e Coordenadoria de Recursos e Operações Especiais (CORE/PA e RJ). Treze mortes foram registradas, entre elas a do principal suspeito de liderar a organização criminosa, foragido do Pará desde 2019.
“Operação Falso Call Center”
Em uma ação conjunta a Polícia Civil do Pará, deflagrou a operação “Falso Call Center” para cumprir dois mandados de prisão preventiva e um de busca e apreensão domiciliar em São Paulo, em resposta a um esquema de estelionato por meio de fraude eletrônica. A ação foi realizada através da Divisão de Combate a Crimes Econômicos e Patrimoniais Praticados por Meios Cibernéticos (DCCEP/DECCC), com apoio do Departamento de Operações Policiais Estratégicas da Polícia Civil de São Paulo (Dope/SP). Os alvos da operação são acusados de orquestrar um esquema criminoso que iniciava com o envio de mensagens falsas para telefones de potenciais vítimas, alertando sobre compras que supostamente teriam sido realizadas com seus cartões de crédito.
“Operação Infectus”
A Polícia Civil do Pará em conjunto com o Ministério Público do Pará e Amapá, por meio do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO), deflagrou no final e março a operação “Infectus”, uma ampla ofensiva contra uma complexa rede de corrupção. A operação, resultante de uma extensa investigação, expôs um esquema que desviou mais de R$ 45 milhões de recursos públicos, envolvendo fraude em licitações, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Com a mobilização de 50 policiais civis e membros do GAECO dos estados do Pará e Amapá, a operação executou 19 mandados de busca e apreensão nas cidades de Chaves e Afuá, no Pará, e Macapá, no Amapá.
l Abril de 2024
“Crimes cibernéticos”
A Diretoria Estadual de Combate a Crimes Cibernéticos (DECCC) da Polícia Civil deflagra dia 11/04 uma operação na região metropolitana de Cuiabá (MT) para dar cumprimento à 10 mandados judiciais, sendo quatro de busca e apreensão, e seis de prisão preventiva contra investigados de aplicar o golpe do ”falso parente”, fraudar documentos e realizar movimentação de valores em nome de terceiros. Durante a ação, um homem investigado por roubo a bancos e integrar associação criminosa foi preso. Quatro pessoas foram presas, quatro mandados de buscas e apreensão foram cumpridos, resultando na apreensão de documentos falsos, cartões bancários, cadernos com assinaturas, celulares, computadores e disco de armazenamento de dados que serão periciados.
“Operação Refloresta Xingu”
Coordenada pela Polícia Civil do Pará (PCPA) com apoio da Polícia Civil de Goiás, a “Operação Refloresta Xingu”, em desdobramento da “Operação Curupira”, prendeu, na cidade de Goiânia, um homem considerado um dos maiores desmatadores do Estado do Pará. A operação resultou no cumprimento de um mandado de prisão preventiva contra um pecuarista acusado de ser o maior desmatador em área contínua da Área de Proteção Ambiental (APA) Triunfo do Xingu.