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Museu do Amanhã traz “Fruturos - Tempos Amazônicos” ao Pará

Mostra conduz o visitante desde a Amazônia dos povos originários àquelas imaginadas por seus habitantes hoje FOTO: DIVULGAÇÃO
Mostra conduz o visitante desde a Amazônia dos povos originários àquelas imaginadas por seus habitantes hoje FOTO: DIVULGAÇÃO

Texto: Aline Rodrigues

Com ambientes imersivos e interativos, a exposição “Fruturos – Tempos Amazônicos”, realizada pelo Museu do Amanhã, faz sua primeira itinerância no Pará, abrindo hoje, 10, na Casa da Cultura de Canaã dos Carajás, onde permanecerá até junho, com entrada gratuita.

Apresentada pelo Instituto Cultural Vale, com patrocínio via Lei Federal de Incentivo à Cultura, a mostra apresenta a grandeza, a biodiversidade e o conhecimento milenar presentes no maior bioma tropical do mundo, além de propor descobertas sobre a relação entre a floresta e o clima e evidenciar o caráter urgente de sua conservação.

“O nome da exposição está associado com a forma que a exposição se estrutura, o fio narrativo que conduz a jornada do visitante pelas diferentes áreas, que contemplam diferentes temporalidades: começa pelo tempo amazônico, que fala sobre a formação dessa floresta tropical, foca na biodiversidade e na floresta com clima. Em seguida, passa para a Amazônia milenar, onde a gente fala dos povos originários; Amazônia secular, onde fala de comunidades tradicionais; e Amazônia acelerada, onde a gente fala dos últimos 50 anos e do modelo econômico adotado que levou à transformação muito acelerada dessa região. E conclui com a Amazônia possível, na qual a gente se volta para essa Amazônia do futuro”, sintetiza Amarílis Lage, coordenadora de exposições e conteúdo do Museu do Amanhã, que explicou ainda por que a mostra conclui com a Amazônia possível.

“No Museu do Amanhã, a gente parte do princípio de que o futuro não está dado, ele depende completamente das ações que a gente toma hoje. E essas ações também estão relacionadas com a visão de futuro que a gente tem. Essa área conclui esse percurso e convida pessoas da região amazônica para que compartilhem suas perspectivas sobre como é a Amazônia que elas desejam para as próximas gerações”, acrescenta Amarílis.

Segundo a coordenadora, a exposição foca em diferentes temporalidades, mas todas coexistem no momento presente. “A gente tem essa sabedoria dos povos originários, todo esse conhecimento das comunidades tradicionais, todos os desafios desses últimos anos, e hoje, no presente, todas as iniciativas que apontam para diferentes oportunidades para o futuro da região”, pondera.

ITINERÂNCIA

Esta é a primeira vez que uma exposição realizada pelo Museu do Amanhã e pelo IDG – Instituto de Desenvolvimento e Gestão – vai ultrapassar as barreiras físicas da instituição e da cidade do Rio de Janeiro e iniciar uma itinerância pelo Brasil, em parceria com a produtora Automática. A mostra foi originalmente realizada no museu entre 2021 e 2022, como parte da programação dos seis anos da instituição, com objetos confeccionados a partir do trabalho de artesãos indígenas de diferentes regiões do país.

“Originalmente, a exposição ocupava 600 metros quadrados. Nessa itinerância, encontramos espaços com tamanhos variados e a nossa preocupação foi como adaptar esse projeto em áreas muito menores, onde a gente consiga trazer para o visitante a essência dessa reflexão, que se propõe a valorizar muito toda a história dessa região e convidar as pessoas a refletir onde estão os desafios e as oportunidades para o futuro. Isso a gente preserva independentemente do tamanho da mostra”, conta.

Para o Supervisor Educativo da Casa da Cultura de Canaã dos Carajás, Mauro Coutinho, receber a exposição no espaço “é uma oportunidade muito valiosa”. “É uma exposição que proporciona uma experiência envolvente, com recursos tecnológicos, que promete atrair públicos de todas as idades. ‘Fruturos’ propõe uma temática importante para o estado, já que estamos na preparação para a COP-30 e quanto mais discussões acerca desse tema, mais poderemos agregar em ideias e ações”, reflete.

Mostra tem conteúdo digital e realidade virtual

A mostra convida o público a experimentar a sensação de um mergulho em um lago amazônico, ressaltando a importância da diversidade de povos e abordando temas que tentam compreender e escutar quem vive na região e luta pela implementação de dinâmicas econômicas benéficas ao bioma tropical e a sua população. A realidade virtual mostra aos visitantes as atividades do cotidiano indígena e apresenta a perspectiva que eles têm da natureza.

“Uma coisa que nos ajuda nesse processo é que a exposição tem muito conteúdo digital. Aqui em Canaã, embora a gente tenha uma área expositiva menor, boa parte do conteúdo está em telas interativas. Então, o visitante tem acesso a essas informações de cada área por meio dessas telas que trazem informações e jogos, que é uma parte lúdica, uma maneira de passar essa informação também”, diz Amarílis.

Canaã dos Carajás é a primeira parada no Pará, onde depois a mostra segue para Parauapebas, no Centro Cultural de Parauapebas, de 15 de julho a 6 de setembro. Belém vai receber a exposição a partir de 1° de outubro, na Estação das Docas, onde fica até o dia 1º de dezembro.

“Parte dessa exposição é dedicada à produção cultural da Amazônia. Nessa itinerância a Belém, terá uma sala também desenvolvida para a cidade com a artista Moara Tupinambá. Ela vai desenvolver o trabalho que mais acha interessante para esse espaço, adianta Amarílis.

EXPOSIÇÃO

“Fruturos – Tempos Amazônicos” – Itinerância do Museu do Amanhã
Abertura:
Hoje, 10, às 19h30.
Visitação: 11 de abril a 30 de junho, de segunda a sábado, das 8h às 19h.
Onde: Casa da Cultura de Canaã dos Carajás (Rua Esmeralda, 141 – Nova Canaã II, Canaã dos Carajás)
Quanto: Entrada gratuita
Classificação: Livre