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Maratona de Re-Pa vira o 13º salário para ambulantes

Comércio de bebidas, lanches e itens de Remo e Paysandu foram bastante procurados no primeiro jogo da decisão do Campeonato Paraense. Vendedores se animam e celebram ‘quadrilogia’
Foto celso Rodrigues/ Diário do Pará.
Comércio de bebidas, lanches e itens de Remo e Paysandu foram bastante procurados no primeiro jogo da decisão do Campeonato Paraense. Vendedores se animam e celebram ‘quadrilogia’ Foto celso Rodrigues/ Diário do Pará.

Trayce Melo

Independente de qual seja o time do coração, não há vendedor ambulante que não fique feliz em dia de jogo. A partida de ida da final do Campeonato Paraense, disputada neste domingo (7) entre Clube do Remo e Paysandu, atraiu dezenas de vendedores ambulantes ao entorno do Estádio Mangueirão.

Os vendedores ambulantes aproveitaram o segundo dos quatro clássicos entre Remo x Paysandu programados para os primeiros dias de abril para ganhar uma renda extra com a venda de produtos alusivos aos clubes paraenses, lanches e bebidas. Antes e depois da partida são os períodos de maior procura dos torcedores, seja pela água ou cerveja, há também os que não resistem a um espetinho ou geladinho.

Três horas antes do jogo, marcado para 17h, a movimentação já era grande aos arredores do estádio. No lugar de gritos de torcida, o que se ouvia eram as vozes de ambulantes vendendo camisetas que custavam a partir de R$25 e as bandeiras que variavam de R$100 a R$200, dependendo do tamanho.

A expectativa de faturamento alto atraiu Demerson Coelho, que trabalha há cerca de 30 anos vendendo camisas e bandeiras dos clubes paraenses. “Quarta-feira foi fraco. Mas hoje já deu uma melhorada. Os torcedores estão se segurando para gastar nas duas finais da próxima semana. Com a emoção à flor da pele, os torcedores tendem a comprar mais”, explicava sobre as próximas partidas – final do estadual e semifinal da Copa Verde.

Além das camisetas a partir de R$ 40, o comerciante tem versões infantis por R$ 25 e bandeiras de R$ 100 até R$ 300. Ele também explica que reforçou o estoque esperando o aumento do movimento. “Eu trouxe uma faixa de 100 camisas de variados tamanhos. Acredito que nos próximos jogos o estoque se esgote”, disse.

Com seu carrinho de produtos variados, como camisas, cavalinhos, bonés, chapéus, leões de pelúcia, coroa e chaveiros, o vendedor Fabrício Brito diz que o movimento melhorou neste domingo. “Essa é minha única renda, trabalho há mais de 10 anos nesse ramo. Observando o movimento do jogo passado e hoje, as vendas estão muito boas neste domingo, acredito que volto para casa com tudo vendido até o final desse jogo. Os torcedores estão chegando em peso, muitos pais estão comprando acessórios e camisas para as crianças”, disse. Entre os itens mais vendidos ele revela que é a “cabeça de leão”, custando R$ 40. Além disso, os chapéus, que variam entre R$ 20 e 30. “Mas os próximos jogos tendem a ser melhores nas vendas se tratando de duas finais”, garante.

No carrinho de churrasco do Laércio Costa, não parava de chegar torcedor. Ele se mantém há mais de 10 anos apenas com o dinheiro das vendas dos espetinhos. “Eu vendo tanto no estádio como em casa também. Os dois primeiros jogos foram com rendas muito boas. Vendi todo o meu churrasco. Eu trago na faixa de 300 a 400 espetinhos. A promoção para esse jogo é de três espetos por R$ 10”, comentou.

Laercio espera lucrar ainda mais nos próximos duelos. “A meta para os dois próximos jogos é bater 500 a 600 churrascos. Quando coincide de ser Re-Pa, se torna uma grande oportunidade, ainda mais em se tratando de quatro clássicos. A gente guarda todo o nosso trabalho pra esse tempo, que é onde tem as melhores vendas. Esses jogos serão um 13º salário”, descreve.

Já o vendedor ambulante José da Veiga, vende chapéus e cavalinhos do Paysandu há mais de 15 anos. Para o jogo deste domingo, ele levou um estoque de 50 chapéus.“As vendas estão boas, os torcedores estão comprando bastante os chapéus por conta do sol (R$ 20). Acho que os dois próximos vão ser melhores nas vendas. Talvez eu aumente meu estoque”, planeja.