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Feira do Livro é patrimônio cultural

Chegando em 2024 à 27ª edição, a Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes ganhou reforço das vozes regionais ao longo dos anos. FOTO: bruno cecim/ag.pará
Chegando em 2024 à 27ª edição, a Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes ganhou reforço das vozes regionais ao longo dos anos. FOTO: bruno cecim/ag.pará

O governador Helder Barbalho sancionou, na última terça-feira (2), a Lei 10.441/2024, que declara a Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes patrimônio cultural e imaterial do Estado do Pará. O projeto é de autoria do ex-deputado Márcio Miranda, e foi colocado em pauta e aprovado pela Assembleia Legislativa (Alepa) no último dia 5 de março. A lei foi publicada no Diário Oficial do Estado desta quarta-feira (3).

A Feira Pan-Amazônica do Livro é considerada o maior evento literário do Norte do Brasil. A primeira edição ocorreu em 1996, no Centro Cultural e Turístico Tancredo Neves (Centur), atual Fundação Cultural do Pará (FCP). Em 2019, o evento foi ampliado com o espaço dedicado às Multivozes. Naquele ano, a Feira recebeu mais de 410 mil pessoas e vendeu 805 mil livros. A valorização dos escritores locais também ficou em evidência, com cerca de 54 mil livros vendidos.

SUPERANDO METAS

Na última edição, em 2023, a Feira bateu um novo recorde: foram mais de 107 mil visitantes em um único dia da programação. O número é o mais alto já registrado em todas as edições. Foram também mais de 2 mil empregos gerados e venda de 720 mil livros, movimentando R$ 18 milhões em negócios ao longo de nove dias.

Ursula Vidal, titular da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), avalia que a declaração como patrimônio cultural e imaterial é um reconhecimento à importância da Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes como política pública de valorização do livro e da leitura na formação da cidadania plena, dos processos criativos e da consciência crítica, necessária à construção de uma sociedade mais justa e fraterna.

“As multivozes presentes na programação, a cada ano, também reafirmam o compromisso do Governo do Pará com a pluridiversidade de nossas matrizes identitárias, e com a vocação da Feira de ser um espaço aberto para diálogos e diferentes perspectivas culturais e literárias”, destaca Ursula Vidal.

Em 2023, ainda como parte da política de descentralização e fomento à leitura, a Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes ganhou novas parcerias com as prefeituras do interior. Naquele ano, foi realizada pela primeira vez a Festa Literária no município de Cametá, na Região de Integração Tocantins. A ação também ocorreu em Santarém, no Baixo Amazonas, e em Bragança, na Região do Rio Caeté.

Além disso, a Secult, responsável pela execução da Feira, também deu apoio a feiras realizadas em municípios do interior. A pasta correalizou, no ano passado, a Festa Literária de Castanhal, na Região Metropolitana, e a V Flix (Festa Literária Internacional do Xingu), no município de Altamira.

HOMENAGENS

Este ano, prevista para ocorrer no segundo semestre, a Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes chega à sua 27ª edição, tendo como homenageados o escritor Antônio Juraci Siqueira e a mestra de cultura popular Iracema Oliveira. O anúncio dos nomes, como de costume, foi feito no último dia do evento em 2023. Juraci Siqueira representará a literatura, e Iracema, guardiã de pássaro junino, as multivozes da cultura paraense.