Tylon Maués
Em nenhum momento neste século houve quatro clássicos Re-Pas seguidos. Em onze dias, Paysandu e Clube do Remo se enfrentarão com diferenças médias de três dias entre um jogo e outro. Duas dessas partidas decidirão o Campeonato Paraense, as outras duas, inclusive a de hoje, são válidas pela semifinal da Copa Verde. Há 32 anos, no Parazão de 1992, houve uma sequência igual de quatro clássicos seguidos, também com poucos dias um entre outro, com o time bicolor vencendo todos por 1 a 0 e levando o returno do Parazão e, posteriormente, o título estadual.
No século XXI, foram 102 partidas entre Papão e Leão, com este último levando vantagem com 31 vitórias, uma a mais que o arquirrival, com 41 empates. Ou seja, nos últimos 24 anos o equilíbrio tem imperado nesse encontro. A sequência desse ano vai marcar também os últimos clássicos de 2024. Após Parazão e CV, os dois times vão disputar o Campeonato Brasileiro em séries diferentes. Em tempo, houve um Re-Pa que terminou 0 a 0, em jogo válido pela 5ª rodada da competição estadual.
Ao fim dos quatro confrontos, o clássico Re-Pa chegará a 775 edições, se consolidando como o derby mais disputado do futebol mundial. Mais do que isso, além de decidir o título estadual e quem vai à final da Copa Verde, as partidas possivelmente terão efeitos substanciais sobre um ou os dois lados, que ainda este mês iniciam suas participações na Série C (Remo) e Série B (Paysandu), e que podem ser ver em crise diante de derrotas para o rival.
Nenhum dos lados leva vantagem em nenhuma das duas disputas, com ambos chegando em igualdades de condições, inclusive no desgaste físico que os dois elencos estão tendo por causa das partidas dos últimos dias. O Paysandu teve um dia a mais de descanso, pois jogou no sábado passado, ao passo que o Remo teve o clássico com a Tuna no domingo, num confronto bem mais desgastante fisicamente. Entretanto, os bicolores tiveram sequências de viagens para fora de Belém e os azulinos não.
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De cada lado do clássico o que não falta são jogadores experientes, que já estiveram em campo em vários momentos de jogos como esse. Para o bicolor Robinho, quatro clássicos seguidos é uma novidade em sua já extensa carreira. “Eu nunca vivi isso. Serão duas semanas tensas. Vai ser diferente, algo novo para mim. Estou feliz em viver esse momento”, comentou o meia, que sabe que nesse período de dias ninguém vai conseguir treinar com bola, apenas jogando, descansando e conversando em busca de ajustes. “Eu tenho uma experiência de muitos jogos, muitos momentos de dificuldades e alegria. Já passei por momentos onde achava que não dava, mas acabou acontecendo. Eu sei vivenciar um clássico. Eu acho que consigo conversar com os atletas dentro de campo para ficar mais fácil a cada um desenvolver o seu jogo”, completou o jogador do Paysandu.
O centroavante Ytalo, que marcou gol nos últimos três jogos do Leão Azul, voltando de uma lesão muscular, sabe que do aumento do nível de dificuldade desses quatro jogos seguidos e que serão os momentos mais difíceis do ano até aqui. E para que o Leão Azul consiga seus objetivos, será preciso mais do que foi feito nos compromissos recentes, em especial pelas atuações irregulares, com o time azulino começando mal as partidas e depois reagindo nas etapas finais. “No jogo contra a Tuna começamos abaixo do nosso potencial, novamente. Acho que a gente tem que trabalhar bastante isso daí. Agora são esses quatro jogos, quatro Re-Pas. A gente não pode dar essas bobeiras. Tem que começar bem desde o começo até o fim, forte, pra poder fazer um grande resultado. Serão jogos muito importantes”.
FICHA DO JOGO
- Paysandu: Diogo Silva; Edilson, Wanderson, Lucas Maia e Bryan Borges; Val Soares, João Vieira e Biel; Vinicius Leite, Nicolas e Edinho (Jean Dias). Técnico: Hélio dos Anjos.
- Remo: Marcelo Rangel; Thalys, Jonilson, Bruno Bispo e Nathan; Henrique, Jáderson e Matheus Anjos; Sillas, Ytalo e Marco Antônio. Técnico: Gustavo Morínigo.
- Local: Mangueirão. Horário: 20h. Árbitro: Jefferson Ferreira de Moraes (GO). Assistentes: Leone Carvalho Rocha (GO) e Hugo Sávio Xavier Correa (GO).
