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Normando, dos paraenses Marco Normando e Emídio Contente, abre loja física

Agora os fãs, admiradores e clientes da Normando têm um endereço físico para poder encontrar e conversar sobre inspirações e acabamentos
Agora os fãs, admiradores e clientes da Normando têm um endereço físico para poder encontrar e conversar sobre inspirações e acabamentos

Aline Rodrigues

Agora os fãs, admiradores e clientes da Normando têm um endereço físico para poder encontrar e conversar sobre inspirações e acabamentos com o estilista Marco Normando, diretor criativo, e com o artista visual e publicitário Emídio Contente, que comandam juntos a marca. O espaço fica no número 1003 da Rua João Moura, no bairro de Pinheiros, em São Paulo.

Criada pelos dois paraenses, a marca tem a Amazônia como ponto de partida e produz coleções prontas para vestir, acessórios e peças sob medida, desenhadas por Normando. Com o ponto de venda fisico, consolida uma escala ascendente em sua trajetória.

“É um passo muito importante. Somos uma marca independente, sabemos que cada passo dado deve ser muito bem planejado e por isso levamos quatro anos para abrirmos nossa primeira loja. Tínhamos um retorno direto dos clientes pelo e-commerce, e nas multimarcas que vendemos, mas ainda não havia ocorrido esse contato de venda de varejo em ponto físico. Então, temos conhecido clientes da marca que vieram do on-line, temos apresentado a marca para pessoas novas, que entram por conta das peças que veem na vitrine na loja. Tem sido uma experiência maravilhosa reconhecer nosso público fisicamente e ter um espaço em que as pessoas possam não apenas experimentar ou comprar nossas roupas, mas também entrar em contato com o nosso universo”, falou Marco Normando.

Antes, quem quisesse ver de perto as roupas da Normando precisava marcar horário para visitar o ateliê, localizado num prédio de arquitetura imponente na Rua Líbero Badaró, na região central de São Paulo. Agora, a loja traz também um pouco da Amazônia para a capital paulista, para além das roupas.

Segundo Marco Normando, é possível ver essa influência da Amazônia na loja, que tem um ar modernista e retrofuturista, repleta de curvas, por vezes cortadas por linhas retas da escada, por exemplo. “Nos inspiramos em modernistas como Lina Bo Bardi e no paraense Camilo Porto de Oliveira para o layout final da loja”, diz o estilista, que desenhou as araras, batizadas de “Ver-o-Peso”, estruturas em metal em alusão à balança tal qual o nome da feira belenense.

No espaço, predominantemente branco, se sobressai o banco-escultura “Guamá”, uma criação em colaboração de Marco Normando e Emídio Contente com a artista plástica Paula Scavazzini, que pintou o banco inteiro com técnica de pintura a óleo. “Discuti com a Paula sobre querer fazer um ‘rio’ que cortasse a loja, e ela fez esse rio turvo, que parece muito quando a nossa chuva paraense cai sobre a superfície, deixando esses rastros, daí o porquê do título ‘Guamá’, que significa ‘rio que chove’. Ficamos muito felizes e honrados em conseguir trazer nossa cultura para peças contemporâneas e que dialogam universalmente entre as artes e o design”, diz Marco. Além dos móveis criados especialmente para o ambiente, a loja tem perfume próprio e trilha sonora pensada por Emídio e Marcos, misturando novos artistas do mundo com artistas paraenses.

“Também mantemos na loja os clippings de matérias que saíram sobre a marca, ou com roupas da marca nos últimos meses. Além, claro, do cliente poder nos encontrar e conversar. É uma imersão no universo criativo da Normando”, disse Marco.

Lançada em 2020, a marca tem identidade única. O core da Normando são as muitas referências às raízes amazônicas de seus criadores. E tudo surgiu depois de um grande período de aprendizado de Marco Normando durante os quatro anos que trabalhou com o estilista brasileiro Alexandre Herchcovitch.

O estilista e a cantora Gaby Amarantos, com o traje feito para o Grammy: obra de arte em forma de roupa.

“A Amazônia é nosso ponto de partida na marca, então começamos nosso pensamento em Belém. Trabalhamos sempre com pessoas da Amazônia no decorrer de todo o trajeto da marca e atualmente temos feito peças com matéria-prima também da Amazônia, como o látex que é desenvolvido em Rondônia por uma comunidade no sul do estado. É um processo lindo e muito rico em que eles utilizam uma base de algodão para aplicar muitas camadas de látex líquido extraído da floresta de maneira sustentável, e montar esses panôs que funcionam como uma matéria-prima muito importante para nós. Essa comunidade trabalha com modelo de cooperativa e tem suporte do Sebrae, por exemplo. Nossa pesquisa é constante em busca de matérias-primas cada vez mais sustentáveis e com inovação tecnológica para a moda”, contou Marco.

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