Pará

Desmatamento cai 70% no Pará, segundo o Imazon

FOTO: Lalo de Almeida/Folhapress
FOTO: Lalo de Almeida/Folhapress

Luiza Mello

O desmatamento na Amazônia, registrado no 1º bimestre de 2024, é o menor índice dos últimos 6 anos, desde 2018. Este foi o 11º mês consecutivo de redução na derrubada da floresta. Os dados são do Sistema de Alerta de Desmatamento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia, o Imazon, e mostram que o Pará, que ocupava o quarto lugar do ranking de maiores áreas desmatadas do país, apresentou uma redução de 70% na derrubada no primeiro bimestre de 2024 em relação ao mesmo período de 2023.

O Imazon detectou redução de 64% na área desmatada na região em relação ao mesmo mês do ano anterior. De acordo com dados, com a queda em fevereiro, o bioma amazônico fechou o 1º bimestre do ano com números também em baixa.

No primeiro bimestre de 2024, o estado que mais desmatou foi o Mato Grosso, com 32% do total registrado. Segundo o Imazon, nesta unidade da federação, o desmatamento ocorre principalmente por causa da expansão agropecuária. O segundo estado que mais desmatou foi Roraima, com 30% do total. Por lá, o problema é o avanço da derrubada em territórios indígenas. Em janeiro, por exemplo, cinco das 10 Terras Indígenas mais desmatadas ficavam em Roraima.

O terceiro no ranking de maiores desmatadores do bimestre foi o Amazonas, com 16% do total. Neste estado, os municípios da região Sul têm sido os mais críticos, junto com a expansão do desmatamento nos assentamentos.

A Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro e engloba a área de 9 estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão). No ano passado, neste mesmo período (janeiro e fevereiro) foram derrubados 523 km² de floresta no bioma, área que equivale ao tamanho de Brasília. No mesmo período neste ano foram derrubados 196 km².

“Os dados mostram que ainda temos um grande desafio pela frente. Atingir a meta de desmatamento zero prometida para 2030 é extremamente necessário para combater as mudanças climáticas. Para isso, uma das prioridades do governo deve ser agilizar os processos em andamento de demarcação de terras indígenas e quilombolas e de criação de unidades de conservação, pois são esses os territórios que historicamente apresentam menor desmatamento na Amazônia”, disse Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon.

Saiba mais

  • O sistema do Imazon detecta áreas desmatadas em imagens de satélites de toda a Amazônia Legal.
  • Chamado de SAD (Sistema de Alerta de Desmatamento), o programa foi desenvolvido pelo Imazon em 2008, para reportar mensalmente o ritmo da degradação florestal e do desmatamento na região.
  • Segundo o Imazon, os satélites usados são mais refinados que os dos sistemas do governo (Deter) e são capazes de detectar áreas devastadas a partir de 1 hectare, enquanto os alertas do Inpe levam em conta áreas maiores que 3 hectares.