Trayce Melo
O primeiro caso de Covid-19 no Pará foi confirmado há quatro anos. Naquela quarta-feira (18), a Secretaria de Saúde do Pará (Sespa) comprovou a infecção de um homem de 37 anos de idade, morador da Região Metropolitana de Belém. Ele esteve no Rio de Janeiro (RJ), onde passou o Carnaval. O caso foi confirmado sete dias depois de a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar a pandemia da Covid-19.
Quando a doença foi classificada como pandemia, 4.291 pessoas no mundo morreram em decorrência da Covid-19. Depois de quatro anos, o vírus já matou mais de 7 milhões de pessoas. Os piores anos de mortes foram em 2020 e 2021.
O Pará registrou 898.496 casos confirmados e cerca de 19.244 mortes em decorrência da doença, segundo dados da Sespa atualizados no dia 14 de março de 2024. Desde o surgimento da doença, uma força-tarefa mundial se desdobrou para produzir uma vacina eficaz contra o coronavírus. Ela começou a ser aplicada no mundo ainda no final de 2020 e no Brasil chegou no começo de 2021.
No Pará, o marco foi em 19 de janeiro de 2021, data que trouxe comoção e esperança. A primeira paraense vacinada foi a técnica de enfermagem Shirley Maia, 39, que atuava então no Hospital de Campanha do Hangar, em Belém. Desde a aplicação da primeira vacina até agora, o Pará registrou mais de 13.640.129 doses utilizadas no público acima de seis meses de idade, de acordo com o Mapa da vacinação contra Covid-19 no Brasil.
Segundo a médica infectologista Andréa Beltrão, a campanha de vacinação contra a Covid-19 tem contribuído significativamente para a redução de mortes e para o controle da doença. “A vacinação elimina ou reduz muito o risco de adoecer ou apresentar sintomas graves que podem levar à hospitalização e até à morte”, pontua.
“A vacina foi o que fez a diferença na pandemia. Não podemos deixar de nos vacinar, tanto contra a Covid-19 quanto contra as demais doenças. Outra mudança de hábito foi nas unidades de saúde. Antes, não tinha toda essa obrigatoriedade de máscara e usar álcool em gel, hoje em dia todos os profissionais de saúde precisam usar em seu ambiente de trabalho”, explica.
A especialista diz que apesar do fim da emergência em saúde pública de importância internacional da Covid-19, é importante ressaltar que a doença não deixou de ser uma ameaça. “As medidas de higienização devem continuar, principalmente a higienização das mãos em qualquer ambiente. Uma mão contaminada por uma superfície pode levar o vírus às mucosas do olho, nariz e boca e vice-versa, caso a pessoa esteja contaminada. Nesse caso, manter o hábito de lavar as mãos ou usar álcool em gel é essencial”, esclarece.
“Para os grupos de risco, evitar aglomerações, manter o distanciamento, cobrir a boca com o braço ao espirrar . Caso precise frequentar esses lugares, usar máscara, lavar as mãos ou usar álcool em gel”, acrescenta.
HÁBITOS
A infectologista comenta que realmente houve uma mudança de hábito coletiva, porém não se sustentou por muito tempo com o fim da emergência da Covid-19. “Como reduziram os números de casos, alguns cuidados especiais a população deixou de ter e houve uma redução na vacinação. Quem tomou somente a primeira dose da vacina e as doses de reforço, deve continuar seguindo seu cronograma de vacinação. Precisamos estar atentos a isso, já que existem novas variantes da doença”.
A médica alerta para a importância de procurar atendimento médico após perceber os primeiros sinais da doença. “Pessoas com Covid-19, por exemplo, não recebem mais tanta atenção. A gente vê muitas pessoas com sintomas característicos da Covid-19 indo trabalhar doente e sem ter nenhum resguardo. Não podemos normalizar a doença, precisamos manter os cuidados para não ter novas infecções da doença. Em casos de sintomas, procurar uma unidade de saúde, fazer o teste rápido e seguir o protocolo de cuidados”, conclui.
Quatro anos depois que a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a Covid-19 como pandemia, a vacinação em massa conseguiu reduzir drasticamente a quantidade de mortes e casos graves da doença, mas existem pessoas que seguem sofrendo com as sequelas provocadas pela infecção.