Pará

Parfor/Ufra abre 40 vagas em Curso de Licenciatura em Educação Bilíngue de Surdos

Professores da educação básica agora têm a oportunidade de concorrer a uma das 40 vagas ofertadas para o Curso de Licenciatura em Educação Bilíngue de Surdos, que será ofertado pela Ufra  Foto: Wagner Almeida
Professores da educação básica agora têm a oportunidade de concorrer a uma das 40 vagas ofertadas para o Curso de Licenciatura em Educação Bilíngue de Surdos, que será ofertado pela Ufra Foto: Wagner Almeida

Professores da educação básica agora têm a oportunidade de concorrer a uma das 40 vagas ofertadas para o Curso de Licenciatura em Educação Bilíngue de Surdos, que será ofertado pela Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), campus Belém, a partir do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor).

A novidade sobre a oferta do curso vem a partir do resultado do Edital 23/2023, divulgado nesta sexta-feira (15) pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). O edital foi proposto pela CAPES a partir do Parfor Equidade, ação idealizada junto à Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (SECADI/MEC).

O curso segue o calendário acadêmico específico do Parfor/Ufra e está previsto para ter início em agosto deste ano, prazo final estipulado pela CAPES, com duração de 4 anos, seguindo a Resolução CNE/CP n.º 2, de 19 de fevereiro de 2002.

Para a professora Ana Guimbal, coordenadora institucional do Parfor/Ufra, a criação e abertura do Curso de Licenciatura em Educação Bilíngue de Surdos é promissora e engrandecedora, não somente para a instituição, como para a educação na região como um todo. “A perspectiva é de formação de professores e de atuação dentro do estado do Pará, isso vai fazer com que se dê mais visibilidade à língua e à cultura surda”, explica a professora. De acordo com a coordenadora, o novo curso busca criar oportunidades para que pessoas surdas tenham oportunidades em todas as áreas de formação, tanto nos cursos de licenciatura quanto nos de bacharelado.

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Entre os professores que compõem a comissão técnica do processo estão: Walber Abreu; Luiz Mendes; Ana Guimbal e Sinésio Filho

 

Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), no ano de 2020 existiam 64 escolas bilíngues de surdos com 63.106 alunos surdos, surdo-cegos e com deficiência auditiva no país. De acordo com o professor Walber Abreu, da Ufra campus Tomé-açu, integrante da comissão técnica da construção do novo curso, a conquista vem para atender uma demanda criada pela Lei nº 14.191/2021 que cria a modalidade de educação bilíngue como modalidade da LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação).

“Isso faz com que exista a possibilidade de criar polos bilíngues em Belém e criar classes bilíngues dentro das escolas regulares. Abre várias perspectivas para a educação de pessoas surdas na educação básica”, diz o professor Walber Abreu. Ele explica que entre as possibilidades de atuação, os cursistas poderão trabalhar na gestão na educação bilíngue no município e no estado; nos pólos e classes bilíngues e no atendimento especializado desses alunos surdos.

Segundo o professor Luiz Mendes, Coordenador Adjunto do Parfor/Ufra, a conquista traz um universo de possibilidades para a formação de professores, tanto para questões de acessibilidade à comunidade surda, quanto de abertura de novas chances para essas pessoas. “É uma possibilidade de fortalecer a universidade no campo do ensino mas, também, fortalecer a universidade no campo da inclusão da pessoa surda. A maior de todas as nossas vitórias é ver que um curso que inicia agora, em uma modalidade que é o Parfor, tem possibilidade de fazer história”, enfatiza o professor.

Entre os diferenciais do Parfor Equidade é que, além dos cursistas terem direito a uma bolsa, é possível convidar pessoas que atuam no movimento surdo, não apenas professores, mas aqueles que têm um notório saber na causa do movimento. “A ideia parte de que o conhecimento não está preso na universidade e nos professores acadêmicos, mas que está na associação de intérpretes, em pessoas que têm uma consciência ou que atuam no movimento, no sindicato e, assim, sucessivamente”, explica Luiz Mendes.

Fonte: Ufra