Diego Monteiro
Um levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos no Pará (Dieese/PA), com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), apontou que, entre fevereiro de 2023 e janeiro de 2024, foram realizadas um total de 449.900 admissões contra 402.325 rescisões, gerando um saldo positivo de 47.575 postos de trabalho.
No ano passado, a barbearia Los Brutos, no bairro da Pedreira, em Belém, precisou ampliar a equipe devido ao crescimento na demanda, conforme relata Rodrigo Ferreira, 37 anos, gestor do estabelecimento. “Atualmente, o local conta com oito profissionais especializados em cortes e barbas, e planeja a contratação de mais um folguista neste ano. Além disso, o quadro de funcionários se estende a outros setores”, disse.
Conforme as análises, em janeiro de 2024, a maioria dos setores econômicos no Pará apresentou números animadores, com destaque para o de serviço, com 1.135 postos de trabalho, seguido pela indústria, com 164 oportunidades, e o comércio com 11 carteiras assinadas, todos com saldo positivo entre admitidos e desligados. No entanto, ocorreram perdas no setor agropecuário (-666) e na construção (-533).
Portanto, janeiro de 2024 fechou com 35.464 admissões contra 35.353 rescisões, gerando um saldo positivo de 111 posições de trabalho formais. “Vejo que as pessoas que se especializam em áreas relacionadas ao setor de serviço tendem a conseguir emprego mais rapidamente. Por exemplo, se parar para analisar, o número de barbearias cresce constantemente em nossa cidade”, completa Rodrigo.
Allan Andrade, 33, assumiu o cargo de gerência há pouco tempo, apenas 20 dias de trabalho. “Nunca tinha trabalhado no comércio, então encontrei nessa oportunidade uma forma de permanecer no mercado e aceitei. A verdade é que estamos passando por um período do ano em que surgem muitas vagas, especialmente devido às datas comemorativas que sempre impulsionam o mercado”.
Segundo o supervisor técnico do Dieese/PA, Everson Costa, os resultados mostram um cenário diferente do observado nos últimos três anos. “O Brasil e o Pará começaram o ano perdendo postos de trabalho. Em janeiro de 2023, iniciamos o ano com mais de mil postos de trabalho a menos. Mas este ano foi diferente, ou seja, conseguimos manter um ritmo de contratação que superou as demissões”, diz.
“Sabemos que setores, principalmente ligados às atividades de serviço, têm impulsionado o emprego não apenas no Pará, mas em todo o Brasil. E isso também é reflexo direto das perspectivas e ações relacionadas à COP 30, nas quais estamos vendo obras, investimentos e movimentações ocorrendo a todo vapor, impactando diretamente na criação de postos de trabalho”, conclui Everson.