Entretenimento

Dançando lambada no centro histórico de Belém

Coletivo Lambada Social Club celebra um ano de ocupação na Praça do Carmo
Coletivo Lambada Social Club celebra um ano de ocupação na Praça do Carmo

Da Redação

Foi em março de 2023 que cinco músicos da capital paraense resolveram unir suas experiências e formar o coletivo Lambada Social Club, com a intenção de reverenciar a música latino-amazônica – lambada e guitarrada – assim como suas influências e derivações, através de ocupações de espaços públicos, promovendo a sua “Roda de Lambada”. O evento ocorre uma vez ao mês, na Praça do Carmo, centro histórico de Belém, onde os músicos alimentam esse grande caldeirão rítmico.

Para celebrar o primeiro ano de existência, os músicos prepararam uma superprogramação para esta sexta-feira, 15, a partir das 19h30, na Praça do Carmo, contando com as participações da Roda de Samba Fé no Batuque, os cantores e musicistas Layse e Edu Du Norte, além da discotecagem do percussionista do LSC, Dinei Teixeira, junto aos anfitriões da noite, o Coletivo Lambada Social Club.

Eduardo Barbosa, guitarrista do LSC, destaca que a “Roda de Lambada” significa poder construir, dentro da cidade, um movimento que abraça tanto o trabalho autoral do grupo, que é baseado em pesquisa sobre música e gêneros musicais da região, quanto o interesse de todos aqueles que querem participar, “sejam eles músicos, dançarinos, comerciantes locais, enfim, apreciadores da música paraense e tudo aquilo que nos rodeia”, pontua.

“Esse evento surgiu justamente pela necessidade que a gente tinha de mostrar o nosso trabalho autoral, de mostrar as nossas influências dos mestres da guitarrada, mestre Vieira, mestre Curica, enfim, todas essas influências que a música tem para nós. Obviamente que com uma pegada mais moderna, a gente mistura alguns elementos até eletrônicos. Então a gente faz essa ponte também entre o tradicional e o moderno”, diz Mariano Júnior, baterista do LSC.

Ao longo desse primeiro ano de Roda, eles também conseguiram reunir grandes nomes da música paraense, como Cravo Carbono, Sentinelas do Norte, Felipe Cordeiro e Aíla. “Isso faz uma ponte entre as gerações e mostra que a Roda é, de fato, um espaço para celebrar essa diversidade”, diz Mariano Júnior. “A Roda de Lambada é um espaço que é aberto para o artista mostrar o seu trabalho, seja ele do rock, do brega, do axé, do samba. Ela também serve a outros artistas, como o próprio Cravo Carbono, que fez a sua retomada depois de 15 anos sem tocar, durante a Roda”, completa.

Para o tecladista e vocalista do LSC, Marcelo Negrão, que participou da produção do álbum “TecnoShow”, que levou o Grammy Latino, junto com Gaby Amarantos, ter o espaço público como palco para esse evento é de extrema importância. “A música é um reflexo social, ela é feita pelo povo e, principalmente, pela grande massa que, aqui na nossa região, tem muita representatividade. Conseguir manter um evento aberto ao público após um ano não é fácil, porque temos que arregaçar as mangas e, literalmente, erguer a tenda para mostrar nosso trabalho. Mas tudo isso vale a pena”, destaca Negrão.