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Prêmio Diário Contemporâneo anuncia selecionados e premiados em 2024

O trabalho e a vida do fotógrafo pesquisador Jacques Huber são foco de exposição especial na edição deste ano FOTOS: DIVULGAÇÃO
O trabalho e a vida do fotógrafo pesquisador Jacques Huber são foco de exposição especial na edição deste ano FOTOS: DIVULGAÇÃO

Texto: Wal Sarges

Quatro paraenses integram a lista de selecionados e premiados do 13º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia. Entre os contemplados com prêmio de aquisição, está o Coletivo Noite Suja, e entre os selecionados, os artistas Antonia Nayane, Marcelo Santos e o Coletivo Nazas. Este ano, a curadoria recebeu mais de 300 dossiês com inscritos de todas as regiões do país para concorrer a um dos seis Prêmios Aquisição no valor de R$7 mil cada.

O Prêmio é uma realização do jornal DIÁRIO DO PARÁ e RBA, com apoio institucional do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIM) e Museu Casa das Onze Janelas; Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA); e Associação Fotoativa; com colaboração da Sol Informática e oferecimento da BBF.

Na categoria Prêmio Aquisição, foram premiados Alex Oliveira (BA), Carolina Krieger (SC), Coletivo Noite Suja (PA), Keila Sankofa (AM), Marina Feldhues (SP) e Rogerio Vieira (SP). Os selecionados desta edição foram Antonia Nayane (PA), Breno de Sant’ana (RJ), Cyro Almeida e Mestre Júlio Santos (MG), Francisco de Souza (RJ), Gabz 404 (RS), Ian Nogueira (DF), Marcelo Santos (PA), Masina Pinheiro e Gal Cipreste (RJ) e Nazas (PA).

O curador geral do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, Mariano Klautau Filho, está nesta função desde o ano de 2010, quando o evento foi criado. Nos últimos três anos, foi iniciado um ciclo de curadorias convidadas. Com isso, há uma comissão criada para a seleção dos trabalhos. Neste ano, a equipe de curadores é composta por Lívia Aquino, artista, pesquisadora e profissional atuante em projetos de arte contemporânea no país. Ela foi responsável ainda em propor a temática “Todo corpo em deslocamento tem trajetória”. Além dela, fazem parte da comissão a fotógrafa e realizadora audiovisual Vi Grunvald, que tem trabalhos sobre política, direitos humanos, gênero, sexualidade, parentesco/família, imagem, performance, cinema, táticas documentais e teoria queer/cuir; e Camila Fialho, que é articuladora/ativadora de processos artísticos.

Mariano Klautau Filho conta que os trabalhos recebidos pela comissão curatorial atenderam a um chamado sobre a discussão em torno do corpo, das representações sociais, coletivas e pessoais, das representações de gênero e ainda nas representações políticas. “A gente também está caminhando para uma experiência de curadoria mais ampla e mais plural, no sentido das representatividades, porque tem artistas de todos os lugares, tem artistas que trabalham com linguagens diferentes, que não são somente a fotográfica, mas a imagem. De uma maneira geral, nós estamos trabalhando também com possíveis intervenções urbanas e performances”, caracteriza.

O curador geral destaca que abraçar outras linguagens faz parte do amadurecimento do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia. “Sempre foi um projeto que tem a fotografia como um eixo, mas ele sempre se abriu para linguagens diversas. E esta edição talvez seja onde ele esteja experimentando mais essas linguagens para além da fotografia, sempre se comunicando com a imagem como um todo, e tendo a questão corporal, vamos dizer assim, como o eixo da edição”.

A comissão de seleção do Prêmio Diário, durante a reunião de avaliação das obras. FOTOS: IRENE ALMEIDA/DIVULGAÇÃO

Diversidade de linguagens e propostas

Segundo a curadora convidada, Lívia Aquino, a seleção em uma comissão sempre parte de critérios prévios para a avaliação. “Nesse caso, partimos da proposta curatorial para olhar os trabalhos e escolher dentro dessa diversidade de experiências, da representatividade dentro do território nacional e também da qualidade dos trabalhos e das propostas expositivas”, diz. “São obras que apresentam uma diversidade de experiências vividas e também distintos modos de trabalho no campo da imagem e seus desdobramentos como linguagem”, completa.

Para compor a exposição deste ano, estes primeiros nomes selecionados e premiados entre os inscritos se somarão a outros 26 artistas convidados, adianta Mariano. “É uma edição com muitos artistas, sendo 26 artistas convidados e 15 selecionados. E se somarmos com a exposição que eu estou curando no Museu da UFPA, vão ser mais nove artistas. Nós estamos pela primeira vez elegendo os prêmios como prêmios de aquisição. São prêmios [obras] que vão ser incorporados à coleção Diário Contemporâneo, que pertence ao projeto em si e que faz parte das coleções que estão abrigadas nos museus de arte contemporânea como a Casa das Onze Janelas e o Museu da UFPA, que são os principais museus públicos e nossos parceiros desde o início”, destaca o curador.

Mariano Klautau diz que a proposta é expandir a quantidade de prêmios, pensando numa política de aquisição para que a coleção seja sempre alimentada. “Nós sempre tivemos uma política de constituição de coleção. Quando a gente constitui uma coleção de fotografia dentro dos museus, isso é um bem que vai se tornar público, um patrimônio. As obras se tornam catalogadas, preservadas, estudadas e exibidas. Com isso, o prêmio reforça essa sua vocação para instituir coleções de arte”, explica.

CURADORIA ESPECIAL

Além da mostra de selecionados e convidados, o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia inclui este ano uma mostra especial, com curadoria de Mariano Klautau. A exposição “In Natura/In Vitro” será aberta no dia 27 de abril próximo, no Museu da Universidade Federal do Pará.

A mostra se dá em torno do fotógrafo Jacques Huber, pesquisador do Museu Paraense Emílio Goeldi, no início do século 20. “Jacques Huber foi um dos principais pesquisadores na área da botânica do Museu Emílio Goeldi, ele fotografava as plantas, as árvores e os vegetais. Quem pesquisa Jacques Huber é o professor Nelson Sanjad, que é pesquisador do Museu Emílio Goeldi. Então, eu o convidei para fazer uma curadoria junto comigo, onde a gente relacionasse arte, corpo e natureza, e trouxesse essa relação entre a ciência e a arte. Chamei para a exposição oito artistas contemporâneos de diversos lugares, incluindo pessoas do Pará, que tratam dessas questões assim como Jacques Huber”, detalha o curador, sem entregar os nomes que farão parte dessa exposição.

SELEÇÃO

l PRÊMIOS AQUISIÇÃO: Alex Oliveira (BA); Carolina Krieger (SC); Coletivo Noite Suja (PA); Keila Sankofa (AM); Marina Feldhues (SP); Rogerio Vieira (SP).

l SELECIONADOS: Antonia Nayane (PA); Breno de Sant’ana (RJ); Cyro Almeida e Mestre Júlio Santos (MG); Francisco de Souza (RJ); Gabz 404 (RS); Ian Nogueira (DF); Marcelo Santos (PA); Masina Pinheiro e Gal Cipreste (RJ) e Nazas (PA).