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Belém recebe mostra de acervo da Cinemateca Brasileira; veja programação

“Central do Brasil” é um dos 19 filmes que fazem parte da mostra com entrada franca
“Central do Brasil” é um dos 19 filmes que fazem parte da mostra com entrada franca

Aline Monteiro

Editora do Você

Chega a Belém nesta segunda-feira, 11, a mostra “A Cinemateca é Brasileira”, que apresentará ao público paraense 19 filmes do acervo da Cinemateca Brasileira (cinemateca.org.br) que cobrem um percurso histórico do cinema nacional. A mostra ficará em cartaz até o dia 21 de março, no Museu da Imagem e do Som, no Palacete Faciola, com sessões gratuitas e retirada de ingressos no local, uma hora antes de cada exibição.

A seleção inclui filmes com diferentes propostas estéticas e temáticas, realizados em diferentes momentos históricos (veja box). O mais antigo deles é “São Paulo: a sinfonia da metrópole”, de Rodolfo Lustig e Adalberto Kemeny, de 1929. A mostra passa ainda pelo clássico “Limite” (1931), de Mário Peixoto, por produções referenciais do Cinema Novo, como “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, de Glauber Rocha, e chega até a produção contemporânea, com longas “Marte Um” (2023), de Gabriel Martins, e “Bacurau” (2019), de Juliano Dornelles e Kleber Mendonça Filho, vencedor do prêmio do júri na competição oficial do Festival de Cannes, que abre o calendário de exibições, às 19h30 desta segunda-feira.

A mostra em Belém – que aconteceria em novembro de 2023, mas acabou remarcada para este ano – inclui dois momentos especiais: a sessão do filme “Cabra Marcado Para Morrer”, do cineasta Eduardo Coutinho, nesta quarta-feira, dia 13, será seguida de conversa sobre restauração de filmes com Rodrigo Mercês, gerente de laboratório de imagem e som da Cinemateca. Já a exibição de “Limite”, no encerramento da mostra, dia 21, terá acompanhamento musical ao vivo, com o pianista Paulo José Campos de Melo.

Paralela à programação, o MIS também recebe uma exposição que reconta os momentos mais marcantes dos 76 anos de história da Cinemateca Brasileira. São cerca de 200 imagens, entre documentos, fotografias, cartazes e “frames” de filmes, além de recursos de realidade aumentada, que também contextualizam a instituição com a história do Brasil.

O evento tem patrocínio estratégico do Instituto Cultural Vale, patrocínio master da Shell e copatrocínio do Itaú, e faz parte do Projeto Viva Cinemateca, lançado em junho de 2023, reúnindo os grandes projetos da Cinemateca voltados à recuperação acervos, modernização da sede e infraestrutura técnica. Iniciada em setembro de 2023 como uma mostra itinerante, já passou por Curitiba (PR), Belo Horizonte e Brumadinho (MG), Vitória e Vila Velha (ES), Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS), João Pessoa (PB), Recife (PE), Fortaleza (CE), Brasília (DF) e, aqui no Pará, por Canaã dos Carajás.

“O que nos queremos é demonstrar como a preservação do cinema e do audiovisual é fundamental para a história de um país e para a cultura. E qual o papel da Cinemateca na preservação dessa memória, porque as pessoas, de uma maneira geral, não sabem o que é uma cinemateca”, explicou a diretora geral da Cinemateca Brasileira, Dora Mourão, em entrevista concedida ao DIÁRIO em setembro de 2023, pouco antes do início da mostra, durante visita a convite do Instituto Cultural Vale. “É para que as pessoas saibam que existe uma Cinemateca Brasileira, sediada em São Paulo há mais de 70 anos, e o Brasil precisa conhecer a importância daquilo que ela faz”, completou.

Ao enaltecer a história da Cinemateca Brasileira, desde o trabalho do seu idealizador, o historiador e crítico Paulo Emílio Sales Gomes (1916-1977), a mostra “A Cinemateca é Brasileira” marca um momento de recomposição dos trabalhos da instituição, após anos desafiadores, incêndios e uma enchente que levaram a perdas de parte do acervo, e um processo de desmonte, denunciado publicamente pelos trabalhadores do espaço em 2021.

Considerada o maior acervo audiovisual da América do Sul, com cerca de 40 mil títulos – incluindo filmes em nitrato de celulose – e mais de um milhão de documentos relacionados ao audiovisual, desde 2022 a Cinemateca passou a ser gerida pela Sociedade Amigos da Cinemateca, agora como uma Organização Social contratada pelo Ministério da Cultura. A parceria abriu a possibilidade à instituição de captar recursos privados.

 

PROGRAMAÇÃO

l Dia 11, 19h30 – “Bacurau”- Dir.: Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles

l Dia 12, 17h30 – São Paulo, A Sinfonia da Metrópole – Dir.:Rodolfo Lustig e Adalberto Kemeny

19h30 – Jeca Tatu – Dir.:Milton Amaral

l Dia 13, 19h – Ilha das Flores – Dir.: Jorge Furtado

19h30 – Cabra Marcado para Morrer- Dir.: Eduardo Coutinho

l Dia 14, 17h30 – Cinco Vezes Favela – Dir.: Marcos Farias, Carlos Diegues, Miguel Borges, Joaquim Pedro de Andrade, Leon Hirszman

19h30 – Cidade de Deus. Dir: Fernando Meirelles e Kátia Lund

l Dia 15, 17h30 – A Hora da Estrela. Dir.: Suzana Amaral

19h30 – “Marte Um”. Dir.: Gabriel Martins

l Dia 16, 17h30 – “Carnaval Atlântida”. Dir.: José Carlos Burle

19h30 – “O Cangaceiro”. Dir.: Lima Barreto

l Dia 17, 17h30 – “O Bandido da Luz Vermelha”. Dir.: Rogério Sganzerla

19h30 – “À Meia-noite Levarei Tua Alma”. Dir.: José Mojica Marins

l Dia 18, 17h30 – “Macunaíma”. Dir.: Joaquim Pedro de Andrade

19h30 – “Deus e o Diabo na Terra do Sol”. Dir.: Glauber Rocha

l Dia 19, 17h30 – “O Pagador de Promessas”. Dir.: Anselmo Duarte

19h30 – “Dona Flor e Seus Dois Maridos”. Dir.: Bruno Barreto

l Dia 20, 19h30 – “Central do Brasil”. Dir.: Walter Salles

l Dia 21, 19h – “Limite”. Dir.: Mário Peixoto