Ana Laura Costa
Instituída como o Dia Mundial da Obesidade, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), hoje (4) é uma data voltada para disseminar conhecimento e desconstruir estigmas acerca da doença crônica que afeta 6,7 milhões de adultos, ou 1 em cada 4 brasileiros acima de 18 anos, segundo levantamento do Ministério da Saúde.
No Pará, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBM), aproveita a data para promover campanhas de prevenção à obesidade, em parceria com a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso) e o World Obesity Day, com a campanha “Vamos falar Sobre Obesidade”.
A médica endocrinologista Flávia Marques Santos esclarece que a obesidade é caracterizada pelo excesso de peso às custas de massa de gordura, não saudável, e que predispõe de outras comorbidades como diabetes, hipertensão, incluindo síndrome metabólica. O que aumenta o risco de doenças cardiovasculares.
“As doenças associadas geralmente são diabetes, hipertensão arterial, dislipidemia, colesterol e triglicerídeos aumentados, apneia obstrutiva do sono, doenças articulares e doenças cardiovasculares”.
A profissional também destacou que tanto histórico familiar quanto estilo de vida influenciam para a doença. No entanto, o estilo de vida pode ser modificado e ter um impacto muito positivo. “Principalmente quando falamos de alimentação com qualidade e quantidade inadequadas. Na maioria das vezes uma correção desse fator já tem uma resposta boa em relação à perda de peso. Além do que, manter uma atividade física regular também ajuda na manutenção de um peso adequado”, explica.
Portanto, a mudança no estilo de vida no que tange a alimentação e atividade física, são essenciais como forma de prevenir a doença, segundo Flávia Marques. Ainda de acordo com a médica, a alimentação correta inclui cada vez menos alimentos processados, ricos em açúcares, frituras e gorduras saturadas. O ideal é dar preferência a alimentos ricos em fibras como verduras, legumes e frutas de maneira balanceada, além de proteínas como carnes brancas, aumento de ingestão de água.
“E atividade física regular, pelo menos 150 minutos por semana, tipo três vezes por semana com 50 minutos, fazendo tanto exercícios cardiometabólicos como resistidos. O pilar do tratamento sempre é a mudança de estilo de vida. O tratamento medicamentoso é indicado para aquelas pessoas que já têm um índice de massa corporal maior ou igual a 30 mg/m2, um IMC de obesidade ou maior que 27 mg/m2, associado a outras doenças como, por exemplo, diabetes”, disse.
Ainda segundo Marques, a cirurgia bariátrica só tem indicação para realização se não houver resposta ao tratamento medicamentoso por 2 anos. “As indicações sempre têm que ser avaliadas pelo médico e paciente conjuntamente”, ressalta.