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Desemprego fica em 7,6%, e renda sobe 3,8% em um ano

As inscrições podem ser feitas até o dia 13 de agosto. Todas as vagas são afirmativas para mulheres e pessoas com deficiência (PcD).
As inscrições são gratuitas e deverão ser realizadas a partir de 00:01 desta quarta-feira (dia 5), até às 23h59 do dia 6 (quinta-feira). FOTO: marcello casal jr / Agência Brasil

Leonardo Vieceli/Folhapress

 

A taxa de desemprego do Brasil ficou estável em 7,6% no trimestre até janeiro de 2024, apontam dados divulgados nesta quinta-feira (29) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Trata-se do mesmo patamar dos três meses anteriores, encerrados em outubro de 2023 (7,6%).

Conforme analistas, os dados ainda indicam sinais de força no mercado de trabalho, incluindo o aumento da população ocupada com trabalho e o avanço da renda média. O rendimento cresceu 3,8% em um ano.

A taxa de desemprego de 7,6% é a menor para trimestres até janeiro desde 2015 (6,9%). O resultado ficou levemente abaixo da mediana das previsões do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam desocupação de 7,8%.

“A taxa está em patamar historicamente baixo e mostra que o mercado de trabalho se mantém aquecido”, diz a economista Claudia Moreno, do C6 Bank.

De acordo com o IBGE, o número de desempregados foi de 8,3 milhões até o último mês de janeiro. O contingente também permaneceu estável em relação ao trimestre encerrado em outubro.

O instituto afirma que a desocupação costuma cair no final do ano e aumentar nos primeiros meses do ano seguinte. Porém, até janeiro de 2024, isso ainda não foi observado, já que os números indicam estabilidade.

“Quando a gente fala dos processos de dispensa, tenta avaliar esse fenômeno dentro de todo o trimestre do ano seguinte [janeiro a março]. O que a gente tem de 2024, até o momento, é apenas o mês de janeiro”, disse Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE.

“É apenas um terço da virada de ano representado no trimestre móvel. É possível, sim, que um eventual processo de dispensa não tenha sido verificado ainda”, completou.

A população desempregada reúne pessoas de 14 anos ou mais que estão sem ocupação e que seguem à procura de oportunidades. Quem não está buscando vagas, mesmo sem ter emprego, não faz parte desse contingente nas estatísticas oficiais.

POPULAÇÃO OCUPADA EM ALTA

Os dados divulgados nesta quinta integram a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). O levantamento abrange tanto atividades formais quanto informais dos empregos com carteira assinada e CNPJ até os populares bicos.

A população ocupada com algum tipo de trabalho foi estimada em 100,6 milhões no trimestre até janeiro. Houve avanço de 0,4% na comparação com os três meses anteriores (mais 387 mil pessoas) e de 2% ante o intervalo finalizado em janeiro de 2023 (mais 2 milhões).

Ao alcançar 100,6 milhões, a população ocupada renovou o recorde da série histórica comparável, iniciada em 2012. Porém, considerando as três séries que integram a Pnad, um número maior já foi verificado até dezembro do ano passado (quase 101 milhões).

O número de empregados no setor privado com carteira assinada (formais) chegou a 37,95 milhões no trimestre encerrado em janeiro deste ano. Com isso, renovou o recorde da série histórica comparável da Pnad.

Um contingente maior, contudo, já foi verificado até dezembro de 2023 (37,97 milhões), intervalo que integra outra série da pesquisa.

Já o número de empregados sem carteira no setor privado (informais) foi estimado em 13,4 milhões até janeiro deste ano. Assim, também renovou o recorde da série comparável da Pnad.

Considerando as três séries diferentes da pesquisa, a máxima ocorreu no trimestre até dezembro passado (13,5 milhões).

RENDA SOBE NA MÉDIA

O IBGE ainda apontou que a renda média da população ocupada seguiu em alta. Até janeiro, o rendimento real habitual de todos os trabalhos foi estimado em R$ 3.078 por mês.

A cifra representa um aumento de 1,6% ante o intervalo finalizado em outubro (R$ 3.031). O indicador também avançou 3,8% na comparação com o trimestre até janeiro do ano passado (R$ 2.965).

Valores maiores do que o mais recente (R$ 3.078) só foram verificados pelo IBGE ao longo de 2020, quando houve uma mudança na composição da população ocupada.

À época, a pandemia tirou do mercado especialmente os informais, que costumam ganhar menos. Isso elevou a renda média de quem permaneceu empregado em 2020.

A variação do rendimento até já foi maior, em termos percentuais, ao longo de 2022 e 2023, mas ainda mostra comportamento positivo.

Na comparação com o trimestre até outubro do ano passado, a renda cresceu principalmente no setor público e em atividades informais, destacou Adriana Beringuy, do IBGE.

Já no recorte anual, segundo a pesquisadora, os aumentos estão mais disseminados. A inserção de mais trabalhadores formais no mercado também ajuda a explicar os ganhos em uma análise de tempo mais longa.

IMPACTO DA RENDA MAIOR NA INFLAÇÃO

O economista Igor Cadilhac, do PicPay, avalia que o mercado de trabalho segue “forte e com uma composição saudável”. Ele, contudo, alerta para uma eventual dificuldade no combate à inflação devido à renda em alta.