Pará

Governo Federal nega fim de programas sociais no Marajó

Governo Federal nega fim de programas sociais no Marajó Governo Federal nega fim de programas sociais no Marajó Governo Federal nega fim de programas sociais no Marajó Governo Federal nega fim de programas sociais no Marajó
A próxima etapa do TADP ocorrerá no município de Bagre, na Ilha do Marajó. A perfuração no Pará está prevista para começar neste mês Foto: Marcelo Seabra/Ag. Pará
A próxima etapa do TADP ocorrerá no município de Bagre, na Ilha do Marajó. A perfuração no Pará está prevista para começar neste mês Foto: Marcelo Seabra/Ag. Pará

O Governo Federal informou nesta sexta-feira, 23, que é falsa a informação de que cancelou as ações, políticas e projetos voltados ao Marajó, no Pará. Segundo o Governo, em maio de 2023, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania criou o Programa Cidadania Marajó, que representou um novo marco em políticas públicas para a região.

“O antigo programa, intitulado “Abrace o Marajó”, alvo de críticas e denúncias, esse, sim, foi revogado. Isso porque o governo federal tem as crianças e adolescentes como prioridade absoluta, e parte da premissa de que, para garantir direitos, cidadania e mudar, de fato, a realidade das pessoas, é preciso dar voz à população marajoara e apresentar políticas robustas e eficazes”, justificou o Ministério dos Direitos Humanos.

“Possuímos o compromisso de não associar imagens de vulnerabilidade socioeconômica ou do próprio modo de vida das populações do Marajó, em especial, crianças e adolescentes, ao contexto de exploração sexual. Essa retórica, que visava apenas à estigmatização do povo marajoara, foi justamente o motivo que fez com que o programa anterior fosse descontinuado, sem nenhuma entrega ou ação concreta”, continua a pasta, em nota divulgada no site oficial do órgão.

Em 2021, um ano depois de o “Abrace o Marajó” ser criado pelo Governo Jair Bolsonaro, o Ministério Público Federal, Defensoria Pública da União (DPU), Ministério Público do Pará (MPPA) e Defensoria Pública do Estado do Pará (DPE-PA) emitiram uma recomendação em que questionaram a governança e apontaram déficit de participação social no programa.

Segundo relatório da Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia da Câmara dos Deputados, o programa foi utilizado para a exploração de riquezas naturais e para atender a interesses estrangeiros, sem benefício à população. “Não houve participação social ou articulação entre os poderes estaduais, municipais. As comunidades locais e sociedade civil organizada nunca foram ouvidas, assim como não foram respeitados os protocolos de consulta”, informou o Ministério.

De 2019 a 2022, o governo federal diminuiu investimentos nos municípios do Marajó, sobretudo na assistência social, área estratégica para o sistema de garantia de direitos. O “Abrace o Marajó” apontava, como um dos seus objetivos, “melhorar o Índice de Desenvolvimento Humano dos Municípios que compõem o Arquipélago de Marajó por meio da ampliação do alcance e do acesso da população Marajoara aos direitos individuais, coletivos e sociais”.

“No entanto, os indicadores demonstram que nada mudou, ou que a situação dos marajoaras piorou. A cobertura vacinal nos municípios do Marajó foi de 59,20% em 2019 para 42,20% em 2022. A taxa de mortalidade infantil, que era de 7,54 em 2018, foi de 7,89 em 2022. A taxa de gravidez na adolescência se manteve praticamente estável, sendo de 28,6% em 2019, 27,5% em 2020 e 28,0% em 2021”, finalizou.