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Entenda o que pode causar um ataque cardíaco

De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, a cada dois minutos morre uma pessoa devido a uma enfermidade cardiovascular. FOTO: Divulgação
De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, a cada dois minutos morre uma pessoa devido a uma enfermidade cardiovascular. FOTO: Divulgação

Wesley Costa

De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, a cada dois minutos morre uma pessoa devido a uma enfermidade cardiovascular. A incidência entre o público mais jovem vem aumentando consideravelmente, aponta o órgão que explica, ainda, que a situação se agrava porque poucas pessoas sabem reconhecer os sintomas de um infarto. Um episódio recente, ocorrido dentro de um reality show, acendeu um alerta para esse risco no público, que também deve ficar atento a qualquer sinal.

O infarto do miocárdio, ou ataque cardíaco como também é conhecido popularmente, está ligado diretamente à morte das células de uma região do músculo do coração devido à formação de um coágulo que interrompe o fluxo sanguíneo de forma súbita e intensa. Em pessoa mais novas, um dos fatores de risco é a genética familiar. “Ou seja, aqueles onde o pai, mãe ou irmãos, já tenham tido doença coronariana (infarto), principalmente se essa história tenha ocorrido enquanto esses parentes eram jovens”, explica o cardiologista Vitor de Holanda.

Além dos fatores hereditários, o uso de substâncias como esteroides anabolizantes (famosa “bomba”), maconha, cocaína e o óxi, também são fortes causadores de infarto. “Existem ainda as doenças autoimunes como Lúpus Eritematoso Sistêmico, uma doença específica chamada Arterite de Takayasu, mas essa última é rara e acomete principalmente crianças. Obesidade, sedentarismo, hipertensão, diabete e tabagismo são ainda fatores de risco comuns que acabam contribuindo para episódios de infarto entre os jovens”, afirma o médico.

Para além desses fatores, Vitor de Holanda destaca que boa parte dos infartos em jovens estão associados ao estilo de vida. “Os hábitos estão piorando. Muitos estão em sobrepeso ou obesidade, com alimentação rica em açúcar refinado, gorduras trans e sedentários. Mesmo quando resolvem praticar atividade física, acabam utilizando esteroides anabolizantes, por moda, para ficarem no ‘Hype’, mas o preço é muito alto. O estresse também tem aumentado entre os jovens, bem como o consumo de substâncias ilícitas como a já citada maconha”, alerta.

De acordo com o especialista, nos jovens, os sinais de um possível infarto são mais exuberantes. “Eles surgem como uma pressão ou queimação na região do tórax. Essa dor também pode caminhar do peito para o braço esquerdo e para a região da mandíbula. Porém, em mulheres, idosos e pessoas muito jovens os sintomas podem ir desde uma falta de ar que iniciou rápido, suor frio intenso, tonturas e desmaios”, conta.

No caso do participante do reality show que se sentiu mal e ficou com medo de um novo episódio de infarto, a predisposição genética, aquela de origem familiar, pode ser o principal fator. “A segunda é a não adesão ao tratamento orientado pelo cardiologista. Infelizmente, ainda existem pacientes que mesmo tendo passado por um infarto, visto literalmente a morte de perto, e recebido todas as orientações, insistem em parar com a medicação, continuam em consumo excessivo de carboidratos como, por exemplo, a farinha, e de gordura como o charque colocado no feijão. Tudo isso influencia possíveis novos casos”, afirma Vitor.