O rei do tucupi está de volta. Cheio de aprendizados, sonho realizado, o paraense que vem direto do município de Capitão Poço, Renato Mendes agora pretende abrir o próprio negócio. Ele que ficou no Top 4 do reality MasterChef 2022, da Band, foi eliminado no último programa, antes da semifinal da edição para amadores.
O servidor público entrou na competição após sete tentativas e durante dois meses, encarou diversos desafios. Ontem (30), após entrevista para o Bora Cidade, na RBA TV, ele conversou com o DIÁRIO e contou um pouco sobre a maior experiência da vida.
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“Meu maior desafio, depois de conseguir entrar no reality, foi lidar com o tempo e a pressão psicológica. Apesar de eu ser uma pessoa muito calma, me senti extremamente à vontade ali dentro da cozinha. Mas, tem a questão do confinamento, de não conseguir dormir bem, tem a distância da família, dos filhos. Minha maior dificuldade foi juntar tudo isso e manter um equilíbrio emocional”, conta.
Ao longo de mais de 8 programas, ele foi elogiado por diversas vezes pelos jurados chefes, como por exemplo do último preparo em que ofereceu à banca um sorvete de tucupi, daí o apelido de “rei”, já que manuseava muito bem o ingrediente, inclusive transformando o tradicional paladar salgado em doce. Com isso, ele surpreendeu positivamente os jurados, mas não o suficiente para continuar na competição. “Essa prova foi uma surpresa. Pensei que seria aprovado, não somente eu, mas todo mundo achava”, comentou.
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As propostas de cardápio nunca foram tão desafiadoras, pois ele estava habituado com os ingredientes porque sempre gostou muito de pesquisar sobre a culinária francesa, a culinária italiana e a clássica. “Era interessante a culinária contemporânea, que misturava ingredientes da italiana, por exemplo, com uma regional, é a fusão que a gente chama”. Essa mistura vem de casa, pois em Capitão Poço ele afirma ter uma gastronomia fortemente influenciada pela nordestina. No entanto, o maior objetivo dele foi destacar a culinária amazônica em cada prato. “Sempre foi introduzir e utilizar ingredientes amazônicos porque eu acredito que a gente, nortista, acaba sendo muito desvalorizado em algumas situações. Eu não cozinhava tanto da Amazônia como algumas pessoas pensam, mas a oportunidade de levar as nossas raízes era única e era para mostrar para o Brasil inteiro. Eu não ia desperdiçar isso. Acho que a gente merecia ser bem representado”.
Ele se tornou o “rei do tucupi” por ter sempre à mão o ingrediente extraído da mandioca, bem aproveitado por quem estuda sobre esse tipo de gastronomia. Além do tucupi, Renato explorou outros produtos regionais, como jambu, bacuri, castanha do Pará, feijão manteiguinha e farinha de Bragança. “Era original e gostosa, viu?!”, garante. Durante o confinamento em São Bernardo do Campo (SP), Renato fez amizades que pretende levar para a vida. Embora não esteja mais na competição, a torcida é declarada para Laís, que segue na competição ao lado de Rafael e Fernanda. Com o retorno para casa, Renato pretende aproveitar a repercussão, se aprimorar, trabalhar como personal chef e, em breve, inaugurar o próprio restaurante. “Antes do Masterchef eu tinha muitos sonhos, mas pensava que não conseguiria alcançá-los. Depois do programa, percebi que a gente é capaz de muita coisa. Além do crescimento profissional, conheci muitas pessoas diferentes e isso agregou muito em quem sou hoje. Meu pensamento profissional é diferente. Me considero mais evoluída.
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“Só quero agradecer a todo mundo que estava torcendo por mim. Acredito que consegui representar a nossa região, levar a nossa regionalidade, e eu sinto muito orgulho de ter feito isso, não me arrependo nem um pouco, deles me criticarem por usar tucupi pela terceira vez. Usaria novamente quantas vezes fosse necessário”, conclui.