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Medicamentos genéricos: já são 25 anos e com aumento nas vendas

Farmacêutica Ana Paula Sousa destaca o aumento nas vendas de genéricos nos últimos anos
FOTO: CELSO RODRIGUES
Farmacêutica Ana Paula Sousa destaca o aumento nas vendas de genéricos nos últimos anos FOTO: CELSO RODRIGUES

Wesley Costa

A lei de número 9.787/1999, que instituiu a política de medicamentos genéricos no Brasil, completou 25 anos neste mês de fevereiro. De acordo com o Conselho Federal de Farmácias (CFF), a iniciativa serviu para democratizar o acesso da população aos tratamentos essenciais. Um levantamento da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos, a PróGenéricos, revelou que as vendas cresceram 5% em 2023, totalizando 1.980 bilhão de unidades comercializadas.

Ainda segundo a Associação, atualmente os medicamentos detêm mais de 70% das vendas em algumas categorias de produtos, sobretudo os destinados ao tratamento de doenças crônicas como hipertensão, colesterol e doenças do sistema nervoso central como ansiolíticos. Os dados são baseados em indicadores de um instituto global de monitoramento do setor farmacêutico.

Com a implantação da política, o medicamento genérico precisa custar 35% a menos que os medicamentos de marca. Porém, em alguns casos, quem precisa fazer uso dos mais diversos tipos de medicações e tem a possibilidade de substituir os de referências pelos genéricos, consegue economizar até 67%, como é o caso da dona Néia de Oliveira, 62 anos.

Ela conta que costuma gastar em média R$ 30,00 mensais com medicamentos de uso contínuo. “Com os genéricos consigo economizar bastante na compra de três principais medicamentos que devo usar. Já com outros, não existe a opção do genérico e acabo tendo que pagar mais caro. Mas por conta dessa economia nos três principais, o desconto já ajuda na aquisição dos demais”, disse.

E mesmo já conseguindo as medicações em valores mais acessíveis, ela também costuma pesquisar para tentar maiores descontos. “Em algumas farmácias, eu consigo economizar até mais porque tem o desconto para idosos. Compro quatro medicamentos na versão genérica, e costumo gastar R$ 48,00. Se fosse colocar no papel os custos desses medicamentos sem ser genérico, ia passar de R$ 100”, diz.

A farmacêutica Ana Paula Sousa afirma que o aumento nas vendas de genéricos é perceptível nos últimos anos. “Na indústria farmacêutica, o aumento na venda de medicamentos foi geral, não somente nos genéricos. Porém, a primeira opção do público ainda é o genérico porque ele traz esse alívio para o bolso do paciente. Aquelas medicações que servem para tratamentos da hipertensão e controle do colesterol, por exemplo, são alguns dos medicamentos que têm mais venda”, informou.

Como forma de quebrar qualquer tipo de mito sobre a medicação genérica, a farmacêutica lembrou ainda que essas possuem o mesmo efeito nos tratamentos. “Hoje em dia, o público já entende mais sobre isso, porém, é sempre bom reforçar que os genéricos possuem o mesmo princípio ativo daqueles de referência, sendo então tão eficaz quanto. Então, não precisa ter dúvida na hora de comprar. Buscar orientação com o médico ou com o próprio farmacêutico é sempre o melhor caminho”, pontua.