O anticoncepcional masculino não hormonal em gel, batizado de ADAM, foi desenvolvido para bloquear a saída de espermatozoides do corpo do homem durante o ato sexual.
O produto, da empresa de biotecnologia Contraline, dos Estados Unidos, apresentou 99% de eficácia em testes clínicos iniciais, de acordo com os pesquisadores responsáveis. A previsão é de que esta fórmula esteja disponível para venda até 2027.
O procedimento para uso é semelhante a uma vasectomia e dura aproximadamente 15 minutos. O pesquisador Kevin Eisenfrats, líder da Contraline, descreve o gel como um “DIU para homens” porque espera que o contraceptivo seja duradouro, mas reversível.
Nos testes, o contraceptivo foi injetado no canal deferente dos voluntários – o tubo que transporta os espermatozoides dos testículos para fora do corpo – em uma consulta médica, após receberem anestesia local. “Prevemos que nosso primeiro produto seja algo que os homens possam obter a cada um ou dois anos. Obviamente, faremos ensaios clínicos para provar que é eficaz durante esse período de tempo”, afirma Eisenfrats em entrevista à STAT News na última quinta (4/1).
Em uma vasectomia convencional, os ductos deferentes são cortados e selados, impedindo que os espermatozoides se movam dos testículos para a uretra, o canal dentro do pênis. O procedimento da Contraline envolve uma pequena incisão no escroto e a utilização de um injetor manual para aplicar o hidrogel através de um cateter conectado aos ductos deferentes. Após a injeção, o cateter é removido, e a incisão cicatriza naturalmente.
O conselheiro federal de Farmácia pelo Mato Grosso, José Ricardo Amadio, considera a fórmula um avanço da farmacologia e das formas farmacêuticas, com a contribuição do farmacêutico. Ele destaca, ainda, que a descoberta é uma forma de reforçar a questão do planejamento familiar. “Temos que avançar e estimular o uso desse contraceptivo, haja vista que tem menores reações adversas para o homem, bem como envolve a questão da diminuição do uso dos anticoncepcionais para as mulheres que, às vezes, podem causar tromboembolismo e outras complicações quando ingeridos nas fórmulas orais.”
Todos os participantes continuaram a ter ejaculações, mas a contagem de espermatozoides caiu de 99 a 100% apenas um mês após o procedimento, mostrando que o método de contracepção foi eficaz na prevenção da saída dos espermatozoides do corpo. Nenhum evento adverso foi relatado nas semanas seguintes ao procedimento.
Fonte: Conselho Federal de Farmácia