Wesley Costa
Nos últimos anos, os brechós tiveram destaques em meio ao mercado da moda e indo além do simples comércio de roupas usadas. Além de servir como fonte de renda para muita gente, os estabelecimentos que trabalham com o garimpo de roupas e acessórios também se tornam verdadeiros exemplos de consumo sustentável, proporcionando uma alternativa consciente e amigável ao meio ambiente.
Na capital paraense, o “Bora Garimpar Belém”, promoveu a sua 8ª edição ontem (18), e reuniu várias empreendedoras do ramo. O projeto foi criado pela advogada Ana Gibson, que tem um brechó há mais de 10 anos. A ideia nasceu da necessidade que ela tinha de maior aproximação com a sua clientela. “Todas as vezes que eu ia para espaços físicos eu conseguia mostrar mais minhas peças, ficar mais próxima das pessoas e através desse momento fazer network com outras empreendedoras do ramo”, conta.
Foi a partir desses encontros que também se percebeu o potencial que os brechós têm na cidade, trazendo peças de circularidade que encantam e o que é melhor, vendidas a preços acessíveis. Algumas, inclusive, de marcas e lojas de departamento famosas pelo mundo. “As nossas roupas chegam através de três formas: consignação; quando alguém abre o seu closet e desapega; ou pelos garimpos, onde a gente resgata os looks por meio de curadoria”, explica.
O mundo dos brechós virou fonte de renda para a estudante de moda Rafaela Duarte e seu noivo, o publicitário Francisco Ferreira. Ela conta que começou a vender peças após conhecer um brechó em uma viagem. “Eu tinha acabado de sair de um emprego de carteira assinada, porque queria ter tempo para estudar. Como estava com tempo livre decidi começar as vendas com peças próprias e deu super certo”, disse.
FEIRA
Após esse primeiro momento, o casal conseguiu se inscrever para uma feira, onde teve sucesso com as vendas logo no primeiro dia. “Desde então, a gente deu segmento e juntos fundamos ‘bazar Odds’, que é a minha principal fonte de renda. Hoje, esse ganho se tornou uma renda de peso tão grande quanto a renda do meu noivo que me acompanha
e apoia em tudo”, revela.
A alemã e antropóloga Julia Wichmaw, 39, não perdeu a chance de fazer suas comprinhas durante o encontro. Ela que se diz apaixonada pelas ideias de brechós, falou do impacto que essas iniciativas têm na sociedade como um todo. “É muito mais do que a chance de você comprar barato. É você contribuir com o sustentável, com a renda de muita gente, sem deixar o bom gosto de lado. Eu amo brechós e tudo o que ele significa nos mais diversos contextos”, destaca.