Pará

Fraude no Enem: estudante paraense cobrava R$ 150 mil por prova, diz PF

a PF afirmou que "uma pessoa contratada para aplicar a prova do Enem na cidade de Belém (PA) tirou uma foto da prova de redação às 13h50, quando a prova ainda estava em andamento
a PF afirmou que "uma pessoa contratada para aplicar a prova do Enem na cidade de Belém (PA) tirou uma foto da prova de redação às 13h50, quando a prova ainda estava em andamento

O Fantástico, da TV Globo, revelou neste domingo, 18, a identidade do estudante paraense acusado de fraudar o Enem. Segundo a reportagem e de acordo com as investigações da Polícia Federal, André Rodrigues Ataíde, de 23 anos, usava documentos falsos para fazer provas no lugar de outras pessoas.

Pelo menos dois candidatos teriam conseguido vaga no curso de Medicina da Universidade do Estado do Pará (Uepa).

Outro nome revelado foi o de Moisés Oliveira Assunção, de 25 anos. Ele se inscreveu para o Enem, mas quem teria feito a prova foi André Rodrigues Ataíde. O candidato entrou em medicina, no campus de Marabá, sem ter feito a prova. “Há informações de que teria recebido algo em torno de R$ 150 mil. Isso teria sido feito em parcelas, né?”, diz o delegado Ezequias Martins, da Polícia Federal.

Na última sexta-feira, a Polícia Federal deflagrou a operação Passe Livre, para combate a fraudes ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Um homem é suspeito de ter sido aprovado duas vezes no exame (para o curso de medicina), se passando por outras duas pessoas. Os três foram alvos de mandados de busca e apreensão.

Nas casas dos investigados foram apreendidos telefones celulares, provas do Enem de 2019 a 2023 e manuscritos. Não houve prisão.

A investigação identificou um estudante de medicina que teria realizado provas do Enem de 2023 e 2022 no lugar de dois candidatos. Com base na nota no Enem conseguida através de fraude, essas duas pessoas foram aprovadas em medicina, pela Universidade Estadual do Pará (Uepa) em Marabá, mas sem terem feito a prova. Um dos deles já é aluno do curso de medicina e o outro ainda não teve suas aulas iniciadas.

A perícia da Polícia Federal constatou que as assinaturas nos cartões de resposta e as redações não foram produzidas pelos inscritos nos processos seletivos do Enem. Para se passar por outros candidatos, o suspeito de fazer as provas pode ter usado documentos falsos. Ele também cursa medicina na Uepa de Marabá.

As investigações seguem em andamento, também para descobrir se existem outros aprovados irregularmente por meio do esquema criminoso.

Se confirmada a hipótese criminal os investigados poderão responder pelos crimes de falsidade ideológica, uso de documento falso, entre outros.