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Mila Costa comanda o Baile da Sereia em Ananindeua

Repertório da noite será baseado nos grandes clássicos do brega, como “Ao Pôr Do Sol”, de Teddy Max 
Repertório da noite será baseado nos grandes clássicos do brega, como “Ao Pôr Do Sol”, de Teddy Max 

Wal Sarges

A cantora e compositora Mila Costa apresenta neste domingo, 18, o Baile da Sereia, às 20h, no Arpleuticos Beer, no bairro do Coqueiro, em Ananindeua. O show contará com a participação especial do cantor amapaense Diego de Paula.

Cantora lírica, pesquisadora e musicoterapeuta Mila mergulha na identidade paraense em seu show, trazendo clássicos do brega. “Sou uma cantora paraense apaixonada pela nossa música, mas nunca tinha feito um show só com clássicos do brega. Eu sempre dialogo com a minha raiz amazônida nos meus trabalhos musicais e enquanto artista da Amazônia, cantora lírica, pesquisadora de música, faço questão de valorizar os nossos ritmos, porque o brega, o tecnobrega, o carimbó e o marabaixo são muito ricos e potentes. E nós, artistas nortistas, temos que enfatizar isso”, diz ela.

Mila é acompanhada no palco pelos músicos Welliton Barreto, Elder Queiroz e Rick Sandres. No repertório, serão tocados hits como “Chorei”, de Os Panteras, “Ao Pôr Do Sol”, de Teddy Max, “Não Vou Te Deixar”, da banda Tecnoshow, e “Paixão Adolescente”, da banda Floresta Nativa.

“Comecei a colocar alguns bregas nos meus shows e passei a reparar o quanto que eu gostava de cantar brega, do quanto que essa música me fazia bem, e me fazia lembrar da minha infância e de momentos felizes. Comecei a observar ainda como as pessoas reagiam aos bregas que eu colocava no meu repertório e percebia essa sensação delas ao ouvirem as músicas e gostei tanto de cantar brega que decidi fazer um show só com clássicos do brega”, conta.

Toda essa influência de Mila Costa surgiu a partir do gosto musical de sua família, que teve origem em São Domingos do Capim, além de lugares como Igarapé Miri, São Francisco do Pará e Belém, onde a cantora nasceu. “Durante toda a minha vida, ouvi muito brega, que é o que me toca. Na festa terá um pouco disso, para as pessoas dançarem bastante, seja em par ou a sós. Além disso, também vai ter no final do show muito carimbó, que é um ritmo muito importante para a gente também, um ritmo bem dançante para quem não dança acompanhado”, destaca.

A pesquisadora usou um princípio da musicoterapia para associar a relação do brega com os paraenses e percebeu que o ritmo remete à memória afetiva.

“O ISO é a identidade sonora musical, um conceito de Benenzon da musicoterapia, que remete ao processo de escuta dos sons desde a barriga da mãe, o que vai trazendo essa sensação de felicidade e de pertencimento. No caso do brega, a relação dele com os paraenses nos mostra que o ritmo faz parte da memória afetiva de praticamente todo paraense. Tenho amigos roqueiros, por exemplo, que vão nos meus shows, escutam brega e sempre têm uma sensação de nostalgia, lembrando da infância. Mesmo que a preferência deles sejam outros estilos, o brega faz parte da identidade paraense e do nortista”, afirma a artista.